O líder parlamentar do PS/Açores, Berto Messias, lamentou hoje que a Presidente do PSD/Açores se mantenha em silêncio perante as notícias que o PSD de Pedro Passos Coelho pretende extinguir o Ministério da Agricultura, caso vencesse as eleições legislativas de 05 de Junho.
“Recentemente foram tornadas públicas notícias sobre o facto de o PSD liderado por Pedro Passos Coelho, em nome da redução do número de ministérios, querer extinguir o Ministério da Agricultura”, alertou Berto Messias, que falava no encerramento das Jornadas Parlamentares do PS/Açores sobre a importância do sector primário na Região.
Segundo o Presidente da bancada socialista, perante estas notícias e tendo em conta a importância da Agricultura para o arquipélago, é “curioso” que a líder do PSD/Açores, Berta Cabral, “não reclame e não se manifeste contra essa possibilidade”.
“Fica calada contra uma medida que pode resultar em grande prejuízo para o país, para os Açores e para os nossos produtores agrícolas”, alertou Berto Messias, para quem o próximo Governo de Portugal, independentemente de que partido for, “tem de encarar a produção de leite como uma área prioritária da Agricultura nacional e tem de fazer valer essa posição em Bruxelas”.
No final de dois dias de trabalhos dedicados à Agricultura e Pescas, o líder parlamentar socialista afirmou, também, que a produção de leite vive, actualmente, grandes indefinições devido à provável extinção do regime de quotas leiteiras.
Perante os deputados socialistas, Berto Messias reiterou que, para o PS/Açores, as quotas leiteiras são o regime que melhor protege a produção de leite, mas é cada vez mais uma evidência que a União Europeia se prepara para terminar com este sistema.
Berto Messias manifestou-se, porém, convicto que haverá sempre uma solução para quem produz com qualidade nos Açores, como foi manifestado pelos diversos intervenientes no sector que participaram nas jornadas parlamentares como convidados.
Sobre as Pescas, que ocuparam o dia de trabalho de hoje, o líder parlamentar do PS/Açores reconheceu que os partidos da oposição podem discordar das políticas seguidas e dos métodos adoptados, mas condenou a “linguagem utilizada recentemente pela coordenadora do Bloco de Esquerda sobre a activação do FundoPesca na Região”.
“No âmbito do FundoPesca, um mecanismo criado pelos Governos do PS, já foram concedidos aos pescadores açorianos, desde 2002, cerca de quatro milhões de euros”, recordou o deputado do PS/Açores, para quem o “Bloco prefere o assistencialismo gratuito de quem tudo exige sem explicar de onde virá este dinheiro”, enquanto que o “PS prefere que o pescador veja o seu rendimento aumentar em consequência directa de melhores condições de trabalho em terra e no mar”.
“O Bloco parece achar que o mau tempo será a melhor coisa que pode acontecer a um pescador, que assim recebe mais do FundoPesca. O PS acha que o mau tempo é o pior que pode acontecer a um pescador, que se vê limitado na sua actividade e fica em terra sem fazer o que sabe fazer melhor e sem criar riqueza para si e para os Açores”, concluiu Berto Messias.