O líder parlamentar do PS/Açores apelou, esta terça-feira, aos partidos da oposição para que exerçam uma influência efectiva junto das suas estruturas nacionais para permitir uma verdadeira defesa dos interesses açorianos.
“Apelo para que todos os partidos tenham a determinação e a capacidade para influenciar os seus partidos a nível nacional, de modo a fazer valer as nossas posições”, afirmou Berto Messias, no plenário que se iniciou hoje na cidade da Horta.
Falando no âmbito de uma interpelação, o Presidente da bancada socialista adiantou, ainda, que todos os partidos têm o dever de “não deixar que episódios infelizes, como o que se passou com as contas da Madeira, possam continuar manchar a imagem que Portugal tem das Regiões Autónomas”.
“Trabalharemos ao lado do Governo da República naquilo que for necessário, seremos solidários com o país no que for preciso, mas jamais abdicaremos dos princípios fundamentais para a nossa Autonomia Regional”, garantiu Berto Messias, perante os deputados açorianos.
Segundo disse, em matéria de defesa dos Açores, o PSD/Açores tem uma especial responsabilidade, por ser o maior partido da oposição, mas deve rapidamente “passar das palavras aos actos”.
“São conhecidos os episódios em que não defendeu os interesses açorianos, fazendo oposição aos Açores e fazendo um guerrilha interna ao Governo Regional, apenas para retirar dividendos políticos”, lamentou Berto Messias, que deu vários exemplos do comportamento do PSD/Açores nos últimos anos.
Na nova lei das Finanças Regionais, o PSD esteve mais preocupado com a Madeira, demonstrou passividade em relação aos cortes feitos para a reconstrução do sismo de 1998, preocupou-se com os humores do Presidente da República na questão do Estatuto Político-Administrativo e não foi tido nem achado pelo seu grupo parlamentar na Assembleia da República na votação do acordo laboral das Lajes, recordou.
“É, assim, um PSD/Açores com PSD a mais e Açores a menos”, afirmou Berto Messias, para quem o conjunto de medidas anunciadas recentemente pelo Governo da República representa uma austeridade muito para além do previsto no memorando de entendimento assinado com as entidades externas.
“Em boa verdade, o único buraco financeiro verdadeiramente conhecido e visado por todos é o da Madeira e qualquer outro desvio colossal nunca foi provado, nem devidamente esclarecido”, garantiu o líder parlamentar socialista.
“Para o PS, o memorando de entendimento da troika era o limite máximo de sacríficos a pedir aos portugueses. Para o Governo da República e para o PSD, este morando era, afinal, o limite mínimo de sacrifícios a pedir aos portugueses”, concluiu o Presidente do Grupo Parlamentar do PS/Açores.
Garantiu, ainda, que o PS/Açores e o Governo Regional continua determinado em desenvolver políticas de apoio às famílias açorianas e às empresas, principalmente nesta altura de maiores dificuldades para as suas vidas.