O líder do Grupo Parlamentar do PS/Açores garantiu, esta quarta-feira, que o Plano e Orçamento para 2012 apresentam um “fortíssimo cunho social” para permitir apoiar as empresas e as famílias, face à conjuntura desfavorável que se perspectiva para a Região no próximo ano. “Este não é um Orçamento que possa ter uma grande dimensão estrutural de melhoria dos nossos sectores económicos como gostaria o PS, já que tem de ser, sobretudo, um ´Orçamento-almofada` de apoio aos açorianos e às empresas”, afirmou Berto Messias. O Presidente da bancada socialista falava aos jornalistas após a realização de um fórum para analisar as propostas de Plano e Orçamento para 2012, que contou com a participação de parceiros sociais em representação dos sindicatos, das empresas e dos sectores agrícola e da construção civil, assim como do Vice-Presidente do Governo. Berto Messias lembrou os condicionalismos financeiros da Região, devido à conjuntura externa desfavorável em que se vive, na sequência das medidas de austeridade adoptadas pelo Governo da República e à profunda crise da banca, ao nível do financiamento da economia. “Sabemos que este Orçamento está já muito esticado em termos das suas prioridades financeiras, que passam, por um lado, pela ajuda fundamental e incontornável ao nosso tecido empresarial e, por outro, ao apoio às famílias açorianas”, destacou o parlamentar socialista. Depois de salientar ser sempre possível fazer alguns acertos nos documentos, acatando contributos dos parceiros sociais, Berto Messias adiantou que o Plano e Orçamento, sem descurar sectores económicos que têm um efeito reprodutivo na economia (agricultura, as pescas, o turismo e a transformação), apresenta, assim, “um fortíssimo cunho social” para 2012. Em declarações aos jornalistas, o líder parlamentar do PS/Açores reconheceu, também, que a construção civil debate-se com um grande problema de financiamento por parte da banca, um “factor externo à Região que contribui muito negativamente e que tem um impacto directo na gestão diária das empresas do sector”. “O Grupo Parlamentar do PS está disponível para analisar, com os representantes do sector, medidas de reestruturação da construção civil, tendo sempre os seus esforços direccionados na adopção de medidas que permitam combater o desemprego nesta área”, garantiu Berto Messias. Segundo disse, o papel dos responsáveis políticos, nesta matéria, passa por arranjar soluções eficazes de combate ao desemprego e para fortalecer as empresas e será neste objectivo que os deputados do PS estão focados nos próximos tempos. Berto Messias reconheceu, porém, que um plano de investimento público em infra-estruturas não tem como primeiro objectivo as empresas de construção civil, mas, sim, servir os açorianos nas suas necessidades nesta matéria. “Quando temos infra-estruturas concluídas, naturalmente que não teremos de recorrer, na mesma medida, ao sector da construção civil”, explicou o deputado do PS/Açores, para quem as perspectivas financeiras futuras da União Europeia serão mais direccionadas para a formação de activos e para a qualificação dos recursos humanos.