O líder parlamentar do PS/Açores lamentou, esta quarta-feira, que o Governo da República “se orgulhe” em ir mais além do que exige a troika, como ficou provado nas recentes declarações proferidas depois da assinatura do acordo de concertação social.
Depois de citar declarações de Pedro Passos Coelho e Vítor Gaspar, Berto Messias salientou que ficou, assim, provado que “este é um Governo que se orgulha em ir mais além do que a troika para mostrar serviço à senhora Merkel e aos mercados, o que decorre da concepção neoliberal que Passos Coelho tem do Estado”.
No debate parlamentar sobre o Acordo de Concertação Social, que decorreu na cidade da Horta, o Presidente da bancada socialista assegurou que, apesar de ser necessário estabilidade e responsabilidade perante as entidades financiadoras do nosso país, o acordo, em matéria laboral, “não deixa de ser penalizador para os trabalhadores portugueses por conta de outrem”.
“É preciso que fique claro: nesta matéria laboral, já se foi até ao limite e não será aceitável que se verifiquem mais reduções de direitos e garantias dos trabalhadores”, alertou Berto Messias, que defendeu que a aplicação das matérias previstas no acordo deve ser, agora, “alvo de grande vigilância” pelos partidos políticos e parceiros sociais para que “não se tenha a tentação de ir mais além, sob a capa da austeridade”.
Messias disse, ainda, que “essa função fiscalizadora é fundamental quando temos um Presidente da República totalmente passivo sobre a austeridade e quando o Governo da República tem uma concepção sobre o Estado muito perigosa e neoliberal. Além disso, não vale a pena equilibrar as finanças do país se esta melhoria não se reflectir na melhoria das condições de vida dos portugueses e, naturalmente, dos trabalhadores”, afirmou.
No debate parlamentar, Berto Messias lamentou, também, que o PSD/Açores se tenha dedicado a discutir a paternidade da crise nacional e internacional, quando o PS/Açores está mais preocupado em resolver os problemas dos açorianos e em defender os interesses dos Açores.
“O PSD demonstra uma obsessão constante em culpabilizar o passado, mas o PS aqui está para continuar a defender o Estado Social, as famílias e as empresas açorianas e os Açores e não embarcamos na partidarite aguda do PSD/Açores”, concluiu o líder parlamentar socialista.