O líder parlamentar do PS/Açores lamentou, esta segunda-feira, que a Presidente do PSD/Açores seja a “procuradora de Pedro Passos Coelho na Região”, como se prova pelo facto de ter sido sua mandatária nas eleições nacionais do PSD que decorreram recentemente.
“Ao aceitar ser mandatária de Passos Coelho, Berta Cabral está assinar de cruz e por livre vontade todas as medidas de austeridade sem limites que estão a tornar a vida dos açorianos muito mais difícil”, afirmou Berto Messias, que falava na abertura das Jornadas Parlamentares dedicadas ao Emprego e à Competitividade das Empresas.
“Os açorianos só vivem amedrontados, hoje, porque já perceberam que o PSD/Açores é igual ao PSD nacional, porque já perceberam que o PSD/Açores não se consegue afirmar na defesa da nossa Região perante o PSD nacional”, afirmou Berto Messias, ao salientar que, actualmente, os açorianos vivem numa “região livre e profundamente democrática”.
Segundo o Presidente da bancada socialista, é “lamentável” que a Presidente do PSD/Açores critique o Governo Regional por tentar combater o desemprego nos Açores e, ao mesmo tempo, seja a “procuradora de Passos Coelho nos Açores”, que retirou os subsídios de Natal e de férias e aumentou impostos aos açorianos.
No início de três dias de jornadas, Berto Messias manifestou-se, assim, convicto que Berta Cabral, caso ganhasse as eleições de Outubro, seria uma fiel representante da “marca PSD”, que tem na sua folha de serviço recente a adopção de mais austeridade para todos os portugueses e um buraco financeiro de seis mil milhões na Madeira.
“Tendo em conta a veneração que o PSD/Açores sempre teve pelos métodos do PSD/Madeira, a situação de falência em que deixou os Açores em 1996 e a concepção que o Governo da República tem do Estado, a única coisa que o PSD/Açores poderia oferecer, caso ganhasse as eleições deste ano, seria austeridade e falência”, alertou o parlamentar do PS/Açores.
Perante os deputados regionais socialistas, Berto Messias adiantou, ainda, que os Açores estão a sofrer os efeitos da grave crise que a banca atravessa, com uma considerável falta de capacidade para financiar a economia, e de um duro plano de austeridade imposto pelo Governo da República, que vai muito mais além do que é imposto pelo memorando de entendimento da troika.
“Não colocamos em causa a necessidade de equilíbrio das finanças públicas nacionais, mas questionamos veementemente a opção deste equilíbrio ser feito à custa das pessoas, atirando muitos portugueses para a situação de total desprotecção social”, disse o Presidente da bancada do PS/Açores.
“Perante isso, o Governo Regional e o PS/Açores teriam a opção de baixar os braços, de resignar-se perante a dimensão das dificuldades e deixar de apoiar quem mais precisa, mas optaram por inovar e apresentar medidas para as empresas que deram resultados”, recordou.
Nos últimos três anos, as seis linhas de crédito criadas pelo Governo Regional garantiram meios de financiamento ou refinanciamento a cerca de duas mil empresas açorianas, num total de 340 milhões de euros, números provam que muitas empresas açorianas foram salvas e, consequentemente, muitos postos de trabalho foram assegurados, mantendo o seu contributo para a criação de riqueza e para um rendimento familiar digno.
Além disso, o Governo Regional já operacionalizou novas medidas de apoio às empresas num montante de 140 milhões de euros, a que se junta um esforço adicional de mais 29 milhões de euros para o Programa para a Promoção do Emprego e Competitividade, que pretende manter ou criar milhares de postos de trabalho nas nossas ilhas.
“Esta é nossa opção política: uma agenda conjuntural focada, neste momento difícil, no apoio às famílias e às empresas, utilizando todos os meios à nossa disposição. Uma outra agenda estrutural que dá seguimento prático ao crescimento económico necessário”, assegurou.
De acordo com Berto Messias, as eleições regionais deste ano ocorrerão num período difícil, razão pela qual, e apesar do respeito e dignidade que todos os partidos merecem, “o principal oponente do PS/Açores será, obrigatoriamente, a crise e os seus efeitos na vida dos açorianos e das empresas”.
“O nosso adversário é o desemprego que teima em atingir muitos açorianos, sendo o principal problema social dos Açores. O nosso adversário será o constrangimento que as empresas estão a sofrer no exercício da sua actividade”, garantiu Berto Messias, ao deixar um apelo aos açorianos: “Que estejam alerta, que não se deixem confundir, que não acreditem em vendedoras de ilusões”.