O vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS/Açores, Francisco César, lamentou que a proposta do PSD/Açores para baixar as tarifas aéreas seja à custa dos açorianos, já que o Governo da República continua a não aceitar negociar as obrigações de serviço público.
Segundo o deputado do PS/Açores, que falava no plenário da Assembleia Legislativa, a proposta apresentada pela líder social-democrata prevê que seja o Orçamento Regional – logo através dos impostos dos açorianos – a suportar uma redução das tarifas entre os Açores e o Continente.
De acordo Francisco César, esta deve ser uma responsabilidade do Governo da República, à semelhança do que faz com as ligações aéreas entre e a Madeira e o Continente e mesmo entre as ilhas madeirenses.
No debate parlamentar, Francisco César garantiu que o Governo Regional tem uma proposta para apresentar ao Governo da República, que, durante largos meses, continua sem querer reunir para conhecer esta flexibilização das regras de serviço público, que permitirá a eventual entrada de novos operadores nas ligações aéreas para os Açores.
Perante os deputados açorianos, Francisco César salientou, por outro lado, que o PS/Açores tem uma “grande património” em matéria de transporte aéreo, já que, actualmente, uma passagem para Lisboa custa menos do que na década de 90. Isso mesmo com o preço do petróleo acima dos 100 dólares, quando, na década de 90, estava abaixo dos 40 dólares.
“A verdade, que ninguém pode desmentir nesta Assembleia, é que, hoje, as tarifas aéreas são mais baixas do que eram na década de 90, quando Berta Cabral era directora regional dos Transportes e o preço do petróleo estava a 40 dólares”, disse Francisco César.
Em 1995, uma tarifa aérea para Lisboa custava mais de 300 euros e o ordenamento mínimo era menos de 250 euros, recordou Francisco César, ao destacar, também, que o Governo Regional já baixou as tarifas inter-ilhas mais de 17 por cento nos últimos quatro anos.
Apesar disso, o PS/Açores não se dá por satisfeito e tem um modelo para baixar as tarifas aéreas, disse o deputado socialista, que defendeu, ainda, que não se pode exigir a uma companhia aérea que, de um momento para outro, não se preocupe com a sua gestão e abdique, subitamente, de 4,5 milhões de euros para baixar tarifas.
Lamentou, por outro lado, que o PSD/Açores continue a “tentar vender o logo aos açorianos” que a SATA aplica as tarifas aéreas mais caras do Mundo, apontando o exemplo da Madeira, onde a “liberalização com defeitos” faz com que um estudante pague, na melhor proposta, 410 euros, já descontando o subsídio ao bilhete, valor muito acima de uma tarifa entre os Açores e a capital portuguesa.