Caras e Caros Amigos,
Caras e Caros Camaradas,
Açorianas e Açorianos,
Permitam-me que comece por vos dizer o gosto que sinto por estarmos hoje aqui, nesta Convenção “Um Novo Ciclo para vencer Novos Desafios”.
Este é um momento de grande significado político, não apenas para o Partido Socialista, mas para a Política no sentido que a expressão tem de participação no debate e na definição de soluções para a comunidade em que vivemos. O mesmo é dizer, os nossos Açores.
Este é o momento em que se torna patente que o que nos une é a vontade de trabalhar pela nossa terra.
Este é o momento em que nós todos afirmamos, orgulhosamente, a nossa ambição de fazer com que os nossos Açores, as nossas ilhas, ofereçam cada vez melhores condições para viver; para trabalhar, para aqui constituir famílias e para aqui dar um Futuro melhor aos nossos filhos.
É por isso que quero dirigir-vos uma saudação muito calorosa e um agradecimento pela vossa disponibilidade, pelo vosso empenho e pela vossa dedicação.
É com muita honra que o Partido Socialista, cumprindo uma tradição em que foi pioneiro, abre as portas ao debate sobre os Açores, valorizando e dando primazia ao que mais interessa.
E o que mais interessa é:
“Como responder, o melhor possível, às expectativas, à Confiança, à Esperança que, nestas nossas ilhas, milhares e milhares de Açorianos colocam em nós para conduzir os destinos da nossa Região?”
É por isso que, consciente da responsabilidade que sobre nós impende, abraçamos este desafio com a confiança de quem sabe para onde vai e o que tem de fazer para lá chegar.
Estarmos aqui reunidos, militantes e não militantes do Partido Socialista, cidadãos sem qualquer militância partidária, durante 3 dias, a refectir e a definir as soluções para tornar os Açores melhores, é, também, um tributo à força motriz deste projeto que lidero:
Todos são bem vindos, sempre que vierem para bem dos Açores, da nossa gente, do nosso Povo.
Este é, também, o resultado da forma como me habituei a exercer a Política e a trabalhar na causa pública:
Com Carlos César aprendi que a razão de ser de um Partido como o nosso é trabalhar pelos Açores, com os Açores e para os Açorianos.
É também por isso que digo que este novo ciclo que lidero não é construído esquecendo, escondendo ou destruindo o que de bom foi conseguido até aqui.
Assumimos com orgulho e com muita honra o legado que recebemos de conquistas a favor dos Açorianos.
Somos herdeiros de um boa governação!
Uma Governação que faz dos Açores uma referência nacional quanto à gestão rigorosa das finanças públicas; uma governação que trouxe progresso e desenvolvimento aos Açores, sem esquecer, a cada momento, aqueles que mais precisavam.
E esse caminho foi feito com a convicção do valor do nosso Povo, o Povo Açoriano, com a consciência do que conseguimos realizar quando nos mobilizamos à volta de um projeto catalisador das nossas energias, potenciador da nossa ambição e merecedor da nossa determinação como Povo.
Bem sei que o que conseguimos não foi fruto apenas do trabalho do Governo.
Mas também sei que, sem esse trabalho do Governo, não estaríamos no patamar de desenvolvimento em que estamos.
Para qualquer lado que olhemos, para qualquer sector que nos viremos, é notória a transformação que os Açores tiveram nos últimos cerca de 16 anos.
Na nossa Agricultura, por exemplo, hoje, com cerca de 300 Km de caminhos agrícolas, torna-se, talvez, difícil acreditar que, em 1996, havia apenas 25 Km.
Ou que, hoje, com perto de 300 explorações com acesso à energia elétrica, em 1996, havia apenas 8.
Ou, ainda que, em 1996, os agricultores envolvidos em ações de formação profissional não chegavam aos 500 e hoje aproximam-se dos mil.
No sector das Pescas, essa evolução é, também, vertiginosa, quer em termos de investimento, por exemplo, na construção de casas de aprestos, em que passámos de 79, em 1996, para cerca de 650 atualmente, quer em termos de apoio à modernização da frota, em que passámos de cerca de 1 milhão e meio de euros para cerca de 5 milhões.
Hoje, quando temos um mecanismo de apoio social para assegurar a sobrevivência dos pescadores e suas famílias quando, por razões de mau tempo, não possam ir ao mar, alguém se lembrará que, em 1996, não havia FUNDOPESCA nem nada que se parecesse?
Será que hoje, quando temos no nosso setor turístico mais de um milhão de dormidas, nos lembramos que, em 1996, não chegavam a metade?
Será que hoje, quando temos um valor de receitas globais no setor da hotelaria tradicional no valor de cerca de 47 milhões de euros, alguém se recorda que, em 1996, esse valor era de 13 milhões de euros?
E assim por diante, na área da Educação, quer em termos de novas escolas, , quer em termos de quadro legal de funcionamento e autonomia das Escolas, ou na Saúde, com novos hospitais, centros de Saúde, mais médicos e serviços prestados, ou na área do apoio social a idosos , com centros de dia, crianças e jovens?
Ou na Cultura, nas Novas Tecnologias, no Ambiente, na Formação Profissional, e em tantas outras áreas em que essa transformação se operou silenciosa mas eficientemente.
Em todos estes setores, temos um trajeto feito que muito nos orgulha, como, acredito, orgulha todos os Açorianos que amam a sua terra.
Mas, Caras Amigas e Caros Amigos,
A razão pela qual quero ser Presidente do Governo dos Açores não é o Passado, não é o que fizemos.
A razão da minha candidatura é a ambição de ainda querer fazer mais pela nossa terra, o inconformismo de quem ainda acha que é possível fazer melhor, o sentido de inovação de quem acha que é possível fazer diferente.
A razão da minha candidatura não é deslumbrarmo-nos com o caminho que fizemos, mas sim vencer os desafios que o Futuro põe à nossa frente.
E isso não significa menos consideração, menor apreço ou menor reconhecimento por aquilo que fizemos.
Significa sim que tenho a consciência do muito que falta ainda fazer.
Do muito que falta fazer, porque hoje são outros e são novos os desafios que a realidade que ajudámos a construir aos longo destes 16 anos nos coloca.
Do muito que falta fazer porque outras e novas são também as necessidades que sentimos ao percorrer as nossas nove ilhas.
Do que falta fazer, também, e é importante termos a humildade que reconhecê-lo, porque houve coisas que não correram bem, houve soluções que aplicámos e que não resultaram da maneira como nós gostaríamos que tivessem resultado.
Os Açores não podem, por isso, dar-se ao luxo de voltar atrás no tempo, nos protagonistas, nas soluções e no modo de fazer política.
Temos de seguir em frente!
Cativando uma nova geração, convocando novas energias e sangue novo, mobilizando a capacidade de inovação, de inconformismo e de ambição de uma nova geração que avança para a linha da frente nesta caminhada que agora entra num novo patamar.
É essa urgência, bem como a consciência da dimensão da tarefa que está à nossa frente, que leva a que estejamos hoje, aqui, reunidos, unidos na ambição de ter uns Açores cada vez melhores.
Esta Convenção é, também, um sinal claro que nós, Açorianos, seja pelo nascimento, seja pelo coração, queremos continuar a ser senhores do nosso destino.
Queremos ser nós a definir, a decidir as soluções para o nosso Futuro.
E nos tempos que correm este não é um aspeto de pouca importância.
Como já tenho referido, nas próximas eleições, é a nossa Autonomia que vai a votos.
Não uma Autonomia no papel, no artigo da Constituição ou do Estatuto Político-Administrativo, não uma Autonomia de Gabinete, mas sim uma Autonomia das pessoas.
O que julgo estar, verdadeiramente, em causa é a Autonomia que tem a ver com a nossa capacidade de criarmos e definirmos soluções próprias para benefício das Açorianas e dos Açorianos.
Caras Amigas e Amigos,
Quando gerimos as nossas Finanças Públicas com rigor e, assim, evitamos o desastre que se vive no Continente e na Madeira, isso é a nossa Autonomia, e é essa Autonomia que vai a votos em outubro.
Quando damos aos nossos idosos o Complemento Regional de Pensão, o chamado cheque pequenino, e aumentamos o seu valor quando no Continente e na Madeira se corta nas pensões, isso é a nossa Autonomia, e é essa Autonomia que vai a votos em Outubro.
Quando damos às famílias Açorianas o Complemento Regional de Abono de Família para Crianças e Jovens, e aumentamos o seu valor quando no Continente e na Madeira se corta nos apoios sociais, isso é a nossa Autonomia e, em Outubro, vamos ser chamados a defender ou não essa Autonomia através do nosso voto.
Quando criamos nos Açores o Salário Mínimo Regional, de valor superior ao Salário Mínimo Nacional, isso é a Autonomia, e é essa Autonomia que em Outubro somos todos chamados a defender.
Quando, apesar da escalada dos preços do petróleo, temos nos Açores combustíveis mais baratos do que no Continente e do que na Madeira, isso é a nossa Autonomia e é essa Autonomia que vai a votos em Outubro.
Quando temos um sistema de incentivos às empresas ou apoios aos nossos agricultores e pescadores que são mais favoráveis do que no Continente ou na Madeira, isso é a nossa Autonomia e essa Autonomia vai a votos em outubro.
E esta nossa Autonomia vai a votos em Outubro porque não falta quem queira por em causa aquilo que construímos e conquistámos em benefício dos Açorianos.
Caras Amigas e Caros Amigos,
A situação que o País vive tem feito reacender um centralismo tacanho, ignorante e vingativo que elegeu a Autonomia como alvo a abater.
Seja na nossa televisão, onde, sem justificação, tudo tem sido feito para diminui-la;
Seja com a asfixia financeira a que a Universidade dos Açores está a ser submetida;
Seja no abandono das funções do Estado na Região, como os tribunais ou as repartições de finanças;
Seja no bloqueio a uma alteração das Obrigações de Serviço Público de transporte aéreo para que se possa baixar as passagens entre os Açores e o Continente;
Seja, por último, na intenção de transformar os Açorianos em portugueses de segunda categoria fazendo a Região pagar pelo acesso aos hospitais do Continente, tudo está a ser feito, e em alguns casos, com cumplicidades de cá, para atacar, diminuir e constranger a nossa Autonomia.
Até com as nossas freguesias se pretendeu alimentar pretensas reformas que ignoram a história do nosso Povo e desprezam a dedicação desinteressada de centenas de autarcas que fazem viver o Pode Local Açoriano.
Sei bem que a denúncia destes atentados levará alguns, por sinal, sempre os mesmos, a agitarem o fantasma dos ataques ao Governo da República.
Pois bem, deixem-me ser absolutamente claro a este propósito:
Sempre que o Governo da República, um Governo da República, qualquer que seja o partido, respeitar os Açorianos e quiser trabalhar para o bem da nossa Região e do nosso Povo, terá em mim um aliado pronto e empenhado para isso.
Sempre que o Governo da República, um Governo da República, qualquer que seja o partido, quiser prejudicar os Açores ou desrespeitar os Açorianos, terá em mim um adversário e lutador sem tréguas.
Caras Amigas e Caros Amigos,
Vejo nesta Convenção, na vossa participação e nas conclusões que dela resultarão, um contributo fundamental para termos as melhores soluções para os desafios de um melhor Futuro Açoriano.
Temos muitas questões para dar resposta, mesmo naquelas áreas em que já muito fizemos.
O nosso objetivo, aqui, ao longo destes três dias é construir respostas, construir soluções para os desafios que sentem as Açorianas e os Açorianos no seu dia a dia.
O trabalho que aqui vamos empreender, não visa servir a Política, mas sim por a Política a servir, a dar resposta, aos desafios com que o nosso Povo está confrontado.
É grande a nossa responsabilidade aqui e no futuro.
É por isso que gostaria que pensassem, que pensássemos todos, que desta tribuna não sou só eu que vos exorto a este trabalho.
Comigo está também o Açoriano ou Açoriana que está desempregado e que coloca a sua confiança em nós para saber como poderá ter a oportunidade de arranjar emprego, para se sustentar a si e à sua família, para dar conforto, dignidade e futuro à sua família.
Comigo está também o jovem que espera que a nossa Educação, que a Formação que a nossa Região lhe proporciona, o prepare para ter um futuro melhor, um emprego remunerado e digno.
À minha voz junta-se o empresário que espera de nós soluções para a sua empresa, que se angustia na busca de soluções para ser competitivo, para manter os seus trabalhadores, para levar a sua empresa a bom porto mas que está pronto para lutar e persistir.
À minha voz junta-se a do empreendedor que tem a ambição para explorar, com inovação, as potencialidades que a nossa Região ainda encerra, para criar empregos, riqueza e que espera de nós o apoio e o incentivo para ter sucesso.
Comigo está também o agricultor e o pescador que confia em nós para ter condições de trabalho dignas e rendimento para si e para a sua família.
À minha voz junta-se a de todos aqueles que esperam do nosso Serviço Regional de Saúde que, com sustentabilidade, lhes preste a assistência na doença e garanta a Qualidade a que têm direito.
À minha voz junta-se a do idoso que deposita em nós a confiança para encontrarmos as soluções para que ele possa ter o conforto, o apoio de uma velhice digna e respeitada.
À minha voz junta-se a dos professores que esperam de nós as soluções que lhes permitam, cada vez mais, participar na construção de um futuro melhor, exercendo a sua vocação e formando Açorianas e Açorianos que sejam cada vez mais qualificados e capazes.
À minha voz junta-se a dos Homens e Mulheres de Cultura que amam os nossos Açores e que estão dispostos a colocar o potencial da sua criatividade, da sua capacidade e do seu génio para prestigiar a nossa Região.
À minha voz junta-se a de todas as Açorianas e Açorianos que esperam ter um Governo cada vez melhor, que ajude-os a realizar os seus sonhos as suas ambições e que esteja ao seu lado na caminhada da sua vida e da sua realização profissional.
Caras Amigas e Caros Amigos,
Os Açorianos olham para nós com a confiança que é alicerçada no trajeto que já fizemos, que é fortalecida pela união em torno deste projeto que lidero e que é alimentada pelo dinamismo com que queremos partir para este novo ciclo que está a começar.
Vamos, pois, abraçar este desafio, renovando esta confiança que em nós depositam e para que os Açores possam ganhar o Futuro.
Disse.