O candidato do PS/Açores à Presidência Governo Regional anunciou, este domingo, que o seu Governo vai ter uma “redução de, pelo menos, 25% do número de membros” e que será organizado em torno dos eixos da Competitividade e Investimento, da Protecção e Solidariedade Social e da Sustentabilidade dos Recursos Naturais.
“Significa isso que, no máximo, o Governo que pretendo liderar, se os Açorianos me derem a sua confiança, contará com oito secretarias, incluindo-se nesse número os eventuais subsecretários regionais”, afirmou Vasco Cordeiro, no encerramento da Convenção “Um Novo Ciclo para Vencer Novos Desafios”, que decorreu em São Miguel.
O candidato do PS/Açores garantiu que pretende dar especial atenção aos mecanismos que reforcem a coordenação e agilidade de procedimentos porque quer que estas sejam duas marcas impressivas da sua governação.
“É por isso que penso ser igualmente desejável um redução de cerca de 20% do número de chefias, tomando como referência o ano 2010 e, por último, uma redução acentuada da presença do Governo no sector empresarial, reduzindo o número de empresas públicas em 50% relativamente ao existente no período atrás referido”, anunciou.
De acordo com Vasco Cordeiro, estas medidas enquadram-se na visão de que a Administração Regional deve ser uma alavanca de progresso e que, através do acompanhamento e proximidade, potencie o “sucesso dos investimentos dos nossos empresários e a solução dos problemas dos nossos concidadãos”.
Na sua intervenção, Vasco Cordeiro defendeu que o principal desafio com que os Açores estão confrontados é a criação de emprego e crescimento económico, para permitir que as empresas açorianas possam afirmar-se, cada vez mais, como geradoras de emprego sustentável e, por essa via, os trabalhadores Açorianos tenham cada vez melhores condições para assegurar o seu rendimento.
Depois de salientar que o trajecto já feito resulta da gestão rigorosa das finanças públicas regionais, o candidato socialista considerou ser necessária ainda uma atenção redobrada e continuada a medidas conjunturais de apoio à nossa sociedade e à nossa economia.
“É ainda tempo de disponibilizarmos às empresas e às famílias medidas como as que ajudam ao financiamento das empresas, ajudam a manter postos de trabalho ou ajudam ao rendimento das famílias”, disse Vasco Cordeiro, para quem é de grande importância para sectores mais fragilizados pela actual conjuntura, como é o caso do comércio local e da restauração, a criação de um programa de apoio específico que ajude os empresários açorianos a manterem postos de trabalho e as condições de virem a satisfazer os seus compromissos.
Na sessão de encerramento da Convenção, Vasco Cordeiro anunciou, ainda, que pretende criar equipas de gestão especializadas que, sem custos para os empresários, possam disponibilizar-lhes os serviços necessários para a reestruturação das empresas, e para colocá-las, novamente, no caminho do crescimento.
Não sairemos da presente situação sacrificando uns para salvar os outros, assegurou Vasco Cordeiro, ao salientar que é à luz deste princípio que propõe uma verdadeira Agenda Açoriana para a Criação de Emprego, que, ao mesmo tempo que consegue ter as melhores respostas para a criação de emprego, potencie, também, a afirmação dos Açores face aos desafios da Inovação, da Qualificação, da Sustentabilidade e da Competitividade.
“Nos dias que correm, em que no Continente se confunde o equilíbrio das contas do Estado com a sangria dos mais desfavorecidos, com a asfixia da classe média, com a destruição do Estado Social, quando se começa a constatar o fracasso das políticas e das medidas até aqui seguidas com fervor quase messiânico, é importante que se diga, é importante que se afirme, sem temor, que há um caminho, que há uma Via Açoriana que é diferente e que é melhor”, afirmou o candidato socialista.
Vasco Cordeiro considerou, por outro lado, que os Açores têm de partir à conquista de novos sectores e de novos mercados para a sustentabilidade da nossa Economia, com elevado potencial exportador, em que a produção de bens e serviços se direccione para a exportação.
“A sustentabilidade da Economia açoriana não está garantida apenas com um mercado interno de 245 mil pessoas. Não está garantida apenas com as nossas nove ilhas, não está garantida apenas com a nossa Região, mesmo que, para disfarçar, a queiramos chamar de região económica”, disse.
“Isso era, seguramente, verdade há 20 anos atrás, isso era verdade no século passado, mas não é mais verdade hoje”, recordou o candidato do PS/Açores, ao explicar que, se os lacticínios dos Açores suscitam o interesse do mercado alemão, do mercado polaco ou do mercado israelita, se aí podem ser vendidos a um preço vantajoso, é aí que devem ser comercializados.
No sector da Educação, Vasco Cordeiro considerou ser a altura de se dedicar mais atenção, de ter outro cuidado, com o coração que faz funcionar todo este sistema: os nossos professores.
“Quero reconciliar os professores com o ensino-aprendizagem, conferindo-lhes dignidade, estatuto, autoridade, deixando de os encarar como o funcionário burocrata, mas também exigindo-lhes resultados na mudança que pretendemos para os Açores competitivos e inovadores que defendo para ganhar o futuro”, afirmou.
Já no Empreendedorismo, é “necessário aumentar o nosso esforço, é necessário fazer mais e melhor, quer ao nível dos incentivos à Inovação de produtos, à Inovação de processos e à Inovação na gestão, mas também na forma como lidamos com o risco, factor decisivo para o sucesso que queremos para os nossos empreendedores.
“É por isso que julgo ser essencial, sobretudo nesta última componente, que tenhamos um Fundo de Capital de Risco, que ao longo da próxima legislatura deve disponibilizar cerca de 20 milhões de euros para esse sector”, anunciou.
De acordo com o candidato, é por “aqui e não por outras vias que apenas resultam na criação de novos assalariados do orçamento regional”.
No encerramento da Convenção, Vasco Cordeiro fez, ainda, questão de deixar uma garantia relativamente à estratégia que tem para o Mar dos Açores: “o meu entendimento é que este é um recurso dos Açores e que deve beneficiar em primeiro lugar os açorianos”.
“Nesse aspecto não serão toleradas as tentativas, ainda tímidas é certo, que já se vislumbram por parte de alguns sectores da República para chamarem a si a gestão do nosso imenso património marítimo”, alertou.
Já sobre o transporte aéreo entre os Açores e o Continente, o candidato do PS/Açores defendeu que a alteração das Obrigações de Serviço Público, e a consequente diminuição do preço das passagens, assume um “carácter de urgência que sublinhámos e ao qual o Governo da República não pode continuar a virar as costas na esperança de transferir mais esses custos para encargo dos Açorianos”.
Relativamente ao sector da Saúde, o candidato do PS/Açores lembrou que há quem queira por nas mãos do Governo da República as decisões sobre a sustentabilidade e a existência do Serviço Regional de Saúde como o conhecemos e alertou que “daí não viria nada de bom para as Açorianas e para os Açorianos.
“É pois importante deixar claro que considero essencial que as matérias relativas à sustentabilidade do Serviço Regional de Saúde sejam analisadas, sejam decididas nos Açores”, disse Vasco Cordeiro, para quem “é para isso que queremos um Governo e eu acho que um Governo dos Açores não deve fugir a esconder-se dessa responsabilidade”.