O líder do Grupo Parlamentar do PS/Açores, Berto Messias, afirmou que “o Partido Socialista é o partido com maior capacidade para defender os Açores e os Açorianos e os socialistas continuarão a trabalhar com o Governo da República nas questões que dizem respeito aos Açores, com o respeito institucional que merecem e independentemente do partido que Governa o País, mas seremos firmes e intransigentes na defesa dos nossos interesses e da nossa população”.
No debate desta quarta-feira, o presidente da Bancada socialista sustentou que “temos assistido sob o disfarce da crise financeira, a uma perspectiva preocupante e assustadora daquilo que o Governo da República entende que são as autonomias regionais, tentam asfixiar-nos financeiramente, para nos enfraquecer ou condicionar politicamente”.
Messias considerou que hoje o país está pior do que há uma ano atrás, e que aquilo que se passa em Portugal não decorre única e exclusivamente do Memorando de Entendimento assinado com a Troika, mas que “resulta da perspectiva e concepção que os actuais governantes têm sobre aquilo que deve ser o papel do Estado. É um Governo que se orgulha de ir muito mais além da Troika. Temos mais desemprego, mais austeridade e os números recentes da execução orçamental mostram que esta receita falhou”.
Para o dirigente socialista a profunda desvalorização do valor do trabalho é uma das matérias preocupantes que o Governo da República tem potenciado com a sua concepção neoliberal, e reafirmou que o PS/Açores recusa esta perspectiva da direita de desvalorização da importância que tem o valor social do trabalho.
Na casa mãe da Autonomia Açoriana, o líder parlamentar socialista salientou que “temos assistido a uma constante desresponsabilização do Estado relativamente aos serviços que o Estado tem na Região, como é o caso da RTP-Açores, do encerramento das repartições de finanças e dos tribunais, e até com o anúncio da alegada dívida da Região ao Serviço Nacional de Saúde, tratando os açorianos como se fossem estrangeiros e portugueses de segunda”.
“Estranho é que nesta matéria, quando quase todos os partidos dos Açores afirmaram-se contra esta divida, o PSD/Açores, mais uma vez tenha preferido ser cúmplice do Governo da República e ficado encolhido, quando este governo ataca frontalmente a nossa Autonomia, e a nossa identidade açoriana”, afirma Berto Messias.