O Vice-Presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista Açores afirmou, esta terça-feira, na Assembleia Legislativa dos Açores, que a “maioria composta pelo PSD e pelo CDS, na Assembleia da República, é hoje o principal problema do país”. José San-Bento quis lembrar, no debate parlamentar, as responsabilidades políticas de cada partido no atual momento. “O Partido Socialista tem um património de políticas sociais que falam por si. Não aceitamos, por isso, que os responsáveis pela governação do país queiram fazer do PS bode expiatório para as suas incapacidades. É preciso lembrar que não estavam no memorando assinado com a troica o imposto que confiscou metade do subsídio de Natal de 2011; a eliminação do 13º e do 14º mês dos funcionários públicos e pensionistas; o aumento do IVA para taxa máxima de energia e restauração; o aumento para dobro das taxas moderadoras, e o agravamento de múltiplos serviços públicos em todo o país”, explicou.
José San-Bento reafirmou que, para o PS, a “autonomia não é uma armadura dourada contra tudo e contra todos. Defender a autonomia é, entre outras coisas, não seguir o rumo da outra região autónoma que entrou no caminho do descrédito e de falência. Para nós, os princípios de prudência e de rigor na gestão orçamental são fundamentais para continuarmos a ter uma gestão financeira equilibrada e reconhecida pela Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu”, sustentou.
O Vice-Presidente da bancada socialista, que explicava a razão pela qual o Governo Regional não podia compensar os cortes dos subsídios impostos pelo Governo da República, argumentou que “a melhor defesa da autonomia passa por uma gestão rigorosa e criteriosa que exige, por vezes, decisões que não são as mais agradáveis. Uma coisa, porém, os açorianos sabem. O PS não promete uma coisa na campanha eleitoral para depois no governo fazer o contrário, como aconteceu com o atual governo da república”, esclareceu.
Apesar das circunstâncias atuais, das políticas recessivas impostas pelo Governo da República, “o PS e o Governo Regional têm vindo a implementar políticas anti cíclicas que visam a manutenção de elevados níveis de investimento público, de níveis inferiores de tributação, quer sobre os salários dos trabalhadores quer sobre o consumo das famílias, e a preservação de uma rede de proteção social indispensável nos Açores”, argumentou José San-Bento.