O Presidente do PS/Açores defendeu, este sábado, que o lugar do partido é ao “lado das Açorianas e dos Açorianos” na busca de soluções para os problemas que atingem a Região e lamentou que o PSD/Açores tenha adoptado uma postura “radical” em relação à Autonomia. “Quando ainda há 15 dias atrás, ouvimos o PSD lamentar-se a dizer que a Autonomia havia sido construída contra outros partidos, contra o Partido Socialista, e que isso não poderia nem ia ser esquecido, não podemos deixar de denunciar e de combater a visão radical, sectária que esse partido tem da sua função, da nossa Autonomia e da construção de uns Açores melhores”, afirmou Vasco Cordeiro. Na apresentação da Moção de Orientação Política Global “Renovação com Confiança por uma Autonomia com Futuro”, o líder dos socialistas açorianos salientou que há, assim, “uma linha que separa esse Partido do Partido Socialista” que é assenta na tolerância, do diálogo e do respeito. No Congresso Regional do PS/Açores que está a decorrer na cidade da Horta, Vasco Cordeiro salientou, também, que “não basta um partido apregoar renovação e mudar de caras para que isso corresponda a um partido renovado”. “Não contem com o PS/Açores para esses radicalismos”, salientou o Presidente do PS/Açores, ao assegurar que não se espere que o ”PS/Açores fique calado perante declarações que são um atentado e um insulto a todos aqueles que, independentemente do partido a que pertenceram ou pertencem, deram e dão o melhor de si, do seu saber e da sua competência para construírem a Autonomia que hoje temos e para a construção da Autonomia que queremos vir a ter”. No segundo dia do Congresso, Vasco Cordeiro fez questão de reafirmar que, perante a difícil situação em que se encontram as famílias e as empresas açorianas, o PS/Açores tem de reafirmar os valores de concertação, de diálogo e de busca de consensos para o bem comum, como forma de “respeitar o esforço e o sacrifício que as Açorianas e os Açorianos fazem, no dia-a-dia, para conseguirem viver e sobreviver na difícil conjuntura que todos nós enfrentamos”. “O PS está onde deve estar: Ao lado das Açorianas e dos Açorianos”, defendeu Vasco Cordeiro, ao preconizar, por isso, a necessidade de imprimir uma “renovada agilidade e dinamismo à actividade do Partido, bem como aos mecanismos que ele tem à sua disposição para realizar esse objectivo”. Defendeu, por isso, a revitalização do Conselho Consultivo do PS/Açores, assim como da Associação Socialista de Autarcas Açorianos, que corresponde a uma urgência e a uma necessidade premente. Na sua primeira intervenção em Congresso, Vasco Cordeiro destacou, por outro lado, que a relevância que a questão do Poder Local tem para a Autonomia Regional é mais profunda e tem um sentido mais vasto. “A questão prende-se com a forma como os três poderes Central, Regional e Local, se devem organizar no cumprimento da tarefa essencial que é o de reforço da coesão regional, o da melhoria da qualidade de prestação de serviços públicos locais e a optimização das actividades dos entes autárquicos, com a correspondente racionalização de custos”, disse. De acordo com o líder do PS/Açores, este é um “terreno que ainda está por desbravar no aprofundamento da nossa Autonomia e que deve ser o PS/Açores, à semelhança do que conseguiu alcançar em tantas outras matérias, a liderar este debate”. “Há necessidade porque não podemos apenas ficar a assistir passivamente à acção premeditada do Governo da República do PSD e dos CDS/PP na destruição do Poder Local, enveredando por uma política de concentração de competências de asfixia financeira”, alertou o líder dos socialistas açorianos. Segundo afirmou, a articulação entre o Poder Central, o Poder Regional e o Poder Local tem ainda um grande potencial para explorar e constitui nova área de afirmação da Autonomia, “criando soluções específicas para a nossa realidade, o que pode passar pela valorização do papel dos Conselhos de Ilha, quer quanto à sua representatividade, quer quanto à génese e âmbito do seu mandato, quer, por último, quanto à natureza das suas competências”. “Esse debate, essa reflexão devem ser feitos e devem ser liderados pelo PS/Açores, desde logo no âmbito da Assembleia Legislativa da Região, tendo em vista elaborar um Livro Verde da Organização Territorial dos Açores com o objectivo de definir as melhores soluções de gestão e organização territorial, trabalhando com estas três variáveis do Poder Central, do Poder Regional e do Poder Local”, afirmou. Relativamente às eleições autárquicas deste ano, Vasco Cordeiro defendeu que os candidatos do PS/Açores devem concentrar os seus compromissos em desenvolver uma acção que ajude as famílias carenciadas, que apoie as empresas e que defenda o emprego. “O PS/Açores entende, assim, que também os autarcas estão confrontados com o desafio histórico de definir e concretizar, como seu quadro de competências, um caminho alternativo à austeridade, à destruição do Estado Social”, disse.