“O grupo Parlamentar do PS está preocupado com a situação difícil que os produtores de leite vivem no Pico, principalmente os produtores de leite que não têm explorações mistas de leite e de carne”, afirmou, esta quinta-feira, na Assembleia Legislativa dos Açores, o deputado socialista Lizuarte Machado.
Intervindo no debate relativo à situação económica, financeira e social da Região, o parlamentar recordou que a situação a que chegou a Lacto Pico tem um histórico. “Em 1994, a cooperativa tinha seis meses de pagamento em atrasos, que correspondiam a cerca de 540 mil euros. Em 1997, o atraso atingiu os 13 meses e um milhão de euros. Neste momento, o atraso é superior a um milhão de euros. A Lacto Pico tem um passivo de aproximadamente 2,5 milhões de euros”, explicou.
Lizuarte Machado esclareceu que “entre 2007 e 2012 foram transferidos para a Lacto Pico pouco mais de 4 milhões de euros ao abrigo dos apoios que o Governo Regional atribui ao setor cooperativo com a finalidade de modernizar a infraestrutura e reduzir o passivo. Se tivessem sido utilizados para os fins a que se destinavam, neste momento, a cooperativa não teria passivo e teria custos de funcionamento mais baixos.”
O deputado socialista informou ainda os deputados que, em 2011, a faturação da Lacto Pico foi de 2.2 milhões de euros tendo sido gastos, somente em matéria- prima, 2 milhões, duzentos e oitenta mil euros. “Assim não é possível gerir e por isso transmitimos, várias vezes, essas preocupações à anterior e à atual direção.
Para Lizuarte Machado, “todo o clima de instabilidade gerado à volta da cooperativa, quando se está a tentar resolver o problema, negociando com a banca a reestruturação da dívida, não é positivo”. Por isso, apelou ao bom senso e à moderação sem, contudo, deixar de enfatizar que “injetar capital quando não há práticas de boa gestão, como alguns partidos defendem, é atirar dinheiro para cima dos problemas. Não é resolvê-los”.