O Grupo Parlamentar do PS Açores entregou na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores um requerimento em que pretende ver esclarecidas algumas questões referentes ao ponto de situação das anunciadas reduções de contingente norte-americano na Base das Lajes e, consequentemente, reduções de postos de trabalho portugueses.
No requerimento entregue são colocadas várias questões, tais como saber se o Governo dos Açores tem recebido informações regulares do desenvolvimento das diligências formais e bilaterais realizadas pelo Governo da República junto do Governo dos Estados Unidos da América; se o Governo dos Açores foi informado pelo Governo da República das conclusões da visita do grupo de empresários BENS; se o Governo dos Açores foi informado pelo Governo da República dos processos de negociação sobre a situação laboral na Base das Lajes e sobre a aceitação do Governo Norte-americano das reivindicações e propostas da Comissão de Trabalhadores; e saber se está o Governo da República a ter em conta as preocupações do Governo dos Açores e a dimensão social e económica desta questão, em detrimento das questões de ordem militar.
Segundo Berto Messias, Presidente do Grupo Parlamentar do PS/Açores, “esta é uma questão muito importante para o futuro da Ilha Terceira e dos Açores. Apesar do recato normal que um processo deste tipo implica, existem matérias que tem de estar salvaguardadas, a defesa dos nossos interesses, tais como os direitos dos trabalhadores e a minimização dos impactos negativos de ordem económica e social que esta questão tem para a ilha Terceira”.
“Independentemente da situação atual das negociações, temos de ter garantias que nos processos de relação bilateral entre Portugal e os Estados Unidos, o Governo português está a ter em conta estas questões, está a ter em conta as preocupações do Governo e do Parlamento dos Açores e está a fazer todos os esforços para garantir que os norte-americanos assumem as suas responsabilidades nesta matéria”, defendeu Messias.
Berto Messias referiu ainda que “acredito que sobretudo o Ministério dos Negócios Estrangeiros terá a preocupação e o empenho necessário para salvaguardar as nossas preocupações, mas as ultimas noticias sobre a não aceitação norte-americana das reivindicações dos trabalhadores portugueses, provocam grande apreensão porque podem estar a cometer o erro de analisar esta questão do ponto de vista militar e geopolítico, ao invés de abordarem esta matéria do ponto de vista económico, social e laboral pois são estas questões que devem ser as principais prioridades”.