O deputado do PS/Açores considerou, esta terça-feira, que “a afirmação da democracia só é possível com um poder local forte e autónomo, quer política, quer administrativa quer financeiramente”. Luís Maciel que falava numa sessão de trabalho das Jornadas Parlamentares socialistas que reuniu dezenas de pessoas na freguesia da Fazenda, nas Flores, defendeu que o poder local, por estar na linha da frente na resolução dos problemas das populações, “será o que terá mais responsabilidades para contribuir para a melhoria das condições de vida dos nossos munícipes”.
Para Luís Maciel, o poder local tem vindo a ser atacado pelas políticas do Governo da República do PSD e do CDS que, considerou, terem “consequências nefastas sobre as pequenas localidades afastadas dos grandes centros” como é o caso das Lajes das Flores. O deputado deu o exemplo da Lei do Setor Empresarial Local que “obrigou à extinção da esmagadora maioria das empresas municipais” e que, no caso das Lajes, provocou a precaridade e dependência de cerca de 50 trabalhadores que pertenciam à empresa Ocidental Mais.
Luís Maciel, que é também candidato à Câmara Municipal nas próximas eleições, criticou a visão centralista do Governo da coligação PSD/CDS que está a preparar-se para extinguir freguesias, fechar estações de correios e serviços de finanças. Para o socialista, enquanto o PSD tem vindo a promover a precariedade, a dependência e insegurança dos trabalhadores, o “PS tem um largo património na valorização e proteção do emprego. Enquanto o Governo da República do PSD quer quebrar o vínculo dos funcionários públicos, colocando-os em mobilidade, para mais tarde os poder dispensar, o Governo do PS dos Açores mantém o atual regime de vínculos dos funcionários públicos da administração regional, para que mantenham o seu emprego seguro”.
Para Luís Maciel, no atual quadro de restrições a que as autarquias estão sujeitas, o município das Lajes “deve ser polo facilitador da criação de emprego e de riqueza” sendo, por isso, necessário “apostar em investimentos que se traduzam na criação de emprego, no melhoramento das condições de trabalho e de rendimento”. Para isso, Maciel preconizou a necessidade da autarquia das Lajes adotar uma política de aquisições locais. “É fundamental inverter a atual política de aquisições, adquirindo preferencialmente bens e serviços localmente”.
Referindo-se ao atual contexto social de dificuldades, Luís Maciel defendeu a criação de programas de apoio àqueles que mais precisam e não têm as condições mínimas de subsistência e de uma vida digna”. O candidato socialista à Câmara Municipal das Lajes lamentou ainda a forma de fazer política dos seus adversários. “Peço que não se deixem enganar. As mentiras, meias verdades e insinuações são constantes. Este não é o nosso estilo nem a nossa forma de estar na política. Os cidadãos merecem a verdade e o respeito por parte de toda a classe política”, referiu.
Por fim, Luís Maciel defendeu uma maior articulação entre os concelhos do grupo ocidental dos Açores. “Temos uma visão complementar do poder local e não uma visão redutora e isolada. Os concelhos da ilha das Flores e do grupo ocidental devem trabalhar juntos na defesa das questões comuns. A nossa dimensão a isso obriga. Juntos somos mais fortes.”
As Jornadas Parlamentares do PS/Açores, subordinadas ao Poder Local e Proximidade, decorrem de 15 a 17 de Julho nas Flores e no Corvo.