Os “docentes das ilhas das Flores e Corvo devem poder fazer prova de acesso aos concursos de pessoal docente nacionais nas ilhas onde se encontram”, defende Arlinda Nunes.
A deputada socialista eleita pelo círculo eleitoral das Flores falava à saída de uma reunião realizada na passada quinta-feira, dia 21 de Novembro, com a Representação dos Docentes Profissionalizados a contrato na Escola Básica e Secundária das Flores.
Em discussão estiveram as “claras dificuldades e desigualdades dos docentes que lecionam nas Flores, mas também noutras ilhas dos Açores”, em aceder à prova de conhecimentos – a realizar a 18 de Dezembro – para acesso à carreira docente, revela Arlinda Nunes.
Para a deputada socialista, é “anómalo e discriminatório que um docente que lecione nas Flores ou no Corvo tenha de se ausentar da ilha onde leciona entre 3 a 5 dias, respetivamente”; e isto se não houver “cancelamentos de voos interilhas por razões climatéricas”, sublinhou.
Após escutar os docentes, Arlinda Nunes denuncia ainda que Estatuto da Carreira Docente na Região Autónoma dos Açores não prevê justificação de faltas para ausências neste período de tempo, nem permite que seja utilizado o período de férias”, frisando que “a prova decorre em pleno período de reuniões intercalares”, o que prejudicará a vida profissional dos professores.
A deputada socialista realçou ainda “o impacto financeiro que esta decisão terá nos rendimentos dos docentes”, uma vez que “a maioria necessitará de se deslocar por três vezes – e alguns quatro vezes – para a realização da prova de carácter geral e para as provas específicas dos seus grupos de recrutamento, de acordo com a sua profissionalização”.
Arlinda Nunes manifestou a sua preocupação já que devido à decisão do Ministério da Educação, terão de ser os próprios docentes a “suportar as despesas de deslocação aérea, alojamento e estadia”, uma situação que vem agravar “os constantes e contínuos cortes no vencimento a que todos os portugueses têm sido sujeitos por este Governo da República do PSD-CDS/PP.
Arlinda Nunes considerou lamentável que, “mais uma vez, o Governo da República manifeste um profundo desconhecimento da insularidade e da realidade arquipelágica”.
No sentido de ultrapassar esta situação realizou-se, esta semana, uma reunião entre o Secretário Regional da Educação, Ciência e Cultura, a Diretora Regional da Educação e os Secretários de Estado do Ensino Básico e Secundário e o Secretário de Estado e do Ensino e Administração Escolar.
O Ministério da Educação mostrou-se inflexível mantendo que, nos Açores, as provas se realizem apenas nas ilhas de S. Miguel, Terceira e Faial.
Os deputados do PS Açores demonstraram a sua solidariedade para com os docentes, informando que a Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura se disponibilizou para prestar o apoio logístico necessário para realizar esta prova em todas as ilhas dos Açores.
Segundo adiantou Arlinda Nunes, esta “situação injusta e irrefletida deverá ser denunciada pelos deputados açorianos do PS na Assembleia da República”, dando “voz à insatisfação e indignação dos docentes afetados”, conclui a deputada socialista.