“É necessário compreender que esta autonomia é um projeto nacional e só funciona quando os órgãos de soberania nacionais cumprem os seus deveres junto da nossa Autonomia; tal não tem acontecido em matérias fundamentais como o serviço público de passageiros, a saúde, a Universidade dos Açores, a RTP ou com os tribunais”, afirmou Francisco Coelho.
O deputado falava esta quarta-feira, no Plenário, na cidade da Horta.
“Nas poucas décadas que temos desta terceira e aperfeiçoada Autonomia, não há dúvida que temos feito progressos e é bom sublinhar o progresso material e a qualidade de vida que conseguimos alcançar ao longo dos anos”, defendeu Francisco Coelho.
O deputado recordou que “apesar do mar, temos conseguido unir-nos e ter órgãos de poder próprio, conquistando uma identidade e uma solidariedade de região verdadeiramente notáveis”. No entanto, “é sempre bom acautelar a dificuldade e a delicadeza da Autonomia e os problemas que ela levanta”.
“Por isso, também não podemos deixar de trabalhar neste sentido, porque sendo esta Autonomia um projeto nacional, foi constitucionalmente reconhecida e priorizada como um dos limites materiais da revisão da Constituição saída do 25 de Abril”, afirmou Francisco Coelho.
O parlamentar socialista defendeu que “é preciso evitar o perigo e a tentação dos separatismos” e que “quaisquer pequenos centralismos são condenáveis, pela sua injustiça, mas sobretudo porque o argumento populacional ou geográfico acaba com a autonomia, tirando-nos qualquer razão de defendermos junto do país e da união europeia aquilo que temos e merecemos”.
Francisco Coelho advertiu que “os verdadeiros Autonomistas, quando não concordam com as decisões dos órgãos e do plenário da Assembleia Regional não vão fazer queixinhas ao Sr. Presidente da República”.
O deputado socialista relembrou ainda o papel do verdadeiro Autonomista, o “de condenar, denunciar e não compactuar com o separatismo de Lisboa”, além de ter que “resistir a tentações e centralismos, mostrar maturidade política e respeitar as nossas instituições de governo próprio”.
“Com a consciência do papel de todos, quer deputados, quer governantes, vamos com certeza poder prosseguir neste porfiado caminho de consolidação da nossa Autonomia”, concluiu Francisco Coelho.