BERTO MESSIAS DEFENDE VOTO NO PS COMO GARANTE DE MAIORIA DE ESQUERDA NO PARLAMENTO EUROPEU, PARA UMA EUROPA COM MAIS SOLIDARIEDADE E MENOS AUSTERIDADE O Presidente do Grupo Parlamentar do PS Açores, Berto Messias, defendeu hoje numa Conferência sobre Racismo, Integração e Mobilidade: Uma questão de Direitos Humanos, “a importância de votar nas eleições europeias e de votar no Partido Socialista, ajudando a construir uma maioria de esquerda no Parlamento Europeu, que defenda e materialize uma União Europeia mais solidária, mais preocupada com a proteção social, com a mobilidade e com o emprego, em detrimento da perspetiva monetarista e financeira dominante”. O líder Parlamentar do PS no Parlamento dos Açores defendeu que “é no plano europeu que muitas das questões que influenciam as nossas vidas serão decididas. Não é, por conseguinte, de todo indiferente para a nossa vida o resultado das próximas eleições para o parlamento europeu. Ainda mais porque de acordo com o Tratado de Lisboa, passou a competir ao Parlamento Europeu a eleição do novo presidente da Comissão, por proposta do Conselho Europeu, tendo em conta os resultados das eleições. A composição do parlamento será decisiva para que a Europa possa seguir um novo rumo e vencer os desafios. A Esquerda europeia apresenta como candidato a Presidente da Comissão Martin Schultz uma personalidade de reconhecida credibilidade e um adversário da austeridade como panaceia para todos os males. Assim, votar no próximo dia 25 é importante e poderá fazer a diferença. Apoiar a alternativa é escolher um novo rumo para Portugal e para a Europa. Já todos percebemos que, nos últimos anos, a Europa deixou-se cristalizar. Os liberais do PPE não foram capazes de construir uma Europa para todos. “Nos últimos anos a Europa deixou de ser um referencial de boas práticas políticas e sociais. As próximas eleições poderão voltar a colocar o projeto europeu no rumo certo. Na construção de uma Europa para todos.” Intervindo no Painel “As próximas eleições Europeias: Que Europa queremos? Fechada ou aberta à mobilidade humana”, Berto Messias apelou à importância da participação neste acto eleitoral, defendendo que “nos Açores, não podemos achar ou acreditar que estamos longe dessa realidade europeia. O que se passa nos corredores de Bruxelas e de Estrasburgo tem grande influência na nossa vida quotidiana, enquanto Região. Isso verifica-se em variadíssimas matérias, mas também quanto à questão que aqui discutimos, a mobilidade e a integração. Aqui, os Açores têm de ser grandes defensores dessa mobilidade, da entrada e saída de estrangeiros, de promoção e inclusão desses povos na nossa sociedade e da promoção de projetos e programas de intercâmbio que permitam aos jovens açorianos ir para vários países europeus ter novas experiências que sejam uteis para a nossa Região.” Para o dirigente socialista, “qualquer outra postura seria até renegar a nossa história, tendo em conta a elevadíssima emigração de açorianos espalhados pelo mundo.” Berto Messias alertou ainda para a grande preocupação que as Organizações Europeias devem ter tendo em conta o crescimento das correntes de extrema direita que podem ser muito prejudiciais para o projeto europeu. Segundo afirmou, “alguns acontecimentos dos últimos tempos apresentam importantes desafios e exigem esforços redobrados das instâncias europeias sobre a mobilidade. Note-se os bons indicadores que os partidos de extrema direita ou euro-cépticos conseguem em várias sondagens internas, como é o caso da Frente Nacional da família Le Pen, em França; Note-se o que se passou recentemente no referendo na Suiça que cria mais restrições à entrada de mão de obra estrangeira e quando digo estrangeira refiro-me a outros países europeus; Note-se as movimentações crescentes da extrema direita europeia, que já demonstraram intenção de criar uma Federação de Frentes Nacionais de extrema direita e criar um grupo no parlamento europeu”. Messias deu ainda o exemplo de que “ainda ontem, quando preparava esta comunicação, via a noticia do discurso de Geert Wilders, líder do PVV da Holanda, partido de extrema direita populista que lidera as sondagens para as europeias naquele País, que incitava ao ódio racial quando perguntava à assistência “se querem menos marroquinos na Cidade, nós trataremos disso. Ora tratando-se da Holanda, um pais conhecido pela tolerância e pelo multiculturalismo, e tendo em conta a liderança das sondagens, há claros sinais de preocupação que devem ser acautelados”. “Portanto, neste âmbito da mobilidade e das questões laborais dentro da Europa, os desafios são imensos para contrariar esta tendência crescente da extrema direita que, com a degradação da situação económica e social, usa uma estratégia de alarmismo quanto à segurança dos postos de trabalho dos cidadãos nacionais e estas eleições serão um momento importante para contrariar esta tendência perigosa e populista”, constatou Messias.