O PS/Açores considera absolutamente lamentáveis as declarações proferidas, esta quarta-feira, pelo Ministro da Defesa Nacional, Aguiar Branco, na Comissão Parlamentar de Defesa Nacional, a propósito da morte de um cidadão de S. Jorge que ocorreu, no passado fim-de-semana, enquanto aguardava transporte aéreo para o Hospital Divino Espírito Santo, na ilha de S. Miguel, na sequência de ferimentos graves.
Questionado por um deputado sobre as circunstâncias que impediram o recurso aos meios da Força Aérea para proceder à evacuação urgente do sinistrado, o Senhor Ministro entendeu instrumentalizar politicamente uma tragédia, procurando confundir deliberadamente aquilo que é transporte de doentes e aquilo que são evacuações médicas urgentes.
O PS/Açores lamenta que, numa matéria tão sensível, o Senhor Ministro esteja mais preocupado em fazer guerrilha política e tenha procurado responsabilizar o Executivo açoriano pelo facto de não ter sido realizada a evacuação médica urgente quando, na realidade, é do conhecimento público que há já vários anos existe um protocolo entre a Região Autónoma dos Açores e a Força Aérea Portuguesa que prevê a disponibilização de meios aéreos para evacuações médicas urgentes que não possam ser realizadas por intermédio da aviação comercial, como foi efetivamente o caso.
O PS/Açores aguarda o desfecho do inquérito ordenado pelo Governo dos Açores no sentido de apurar rigorosamente as circunstâncias que impediram a referida evacuação médica urgente e também para saber se, em algum momento, a Região ficou desprovida de quaisquer meios da FAP para eventualidade de uma evacuação aeromédica.
O PS/Açores irá, ainda, diligenciar para que, em sede da Assembleia da República, o Senhor Ministro da Defesa esclareça quantas e quais são as aeronaves estacionadas nos Açores, em que situação se encontram e quantas são as equipas disponíveis para a respetiva operação destes equipamentos.
Por último, o PS/Açores regista e enaltece ainda o empenho e a dedicação manifestados, ao longo dos anos, pela Força Aérea Portuguesa ao serviço das açorianas e dos açorianos e lamenta que as medidas draconianas de cortes protagonizadas pelo atual Governo da República, e em particular pelo responsável pela tutela da Defesa, não tenham em conta a necessidade de salvaguardar os meios indispensáveis para a proteção da vida dos cidadãos que dependem destes meios para aceder, em circunstâncias de urgência, aos necessários cuidados de saúde.