Grupo Parlamentar do Partido Socialista apresenta voto de protesto à insensibilidade de Aguiar Branco

PS Açores - 10 de julho, 2014
“O Governo da República demonstrou uma clara negligência, que deixa os açorianos das ilhas sem hospital entregues à sorte e ao azar em caso de emergência. O Senhor Ministro da Defesa Nacional, José Aguiar Branco, recusou-se a assumir as suas responsabilidades políticas e procurou transferir as competências relativas a evacuações médicas para o Governo Regional”, acusou André Bradford. O deputado socialista falava na manhã desta quinta-feira, na apresentação de um voto de protesto em nome do Grupo Parlamentar do Partido Socialista. André Bradford lamentou as “declarações insensíveis e irresponsáveis do Senhor Ministro da Defesa Nacional” que perante “a morte de um jorgense que necessitava de evacuação médica urgente”, se limitou a “transferir as responsabilidades para a Região, procurando disfarçar a falha direta do seu Ministério, ao não assegurar os meios e a capacidade de atuação da Força Aérea nos Açores”. “A Força Aérea não dispõe de pilotos-comandantes suficientes nos Açores para poder utilizar de forma plena os meios aéreos existentes, com claro prejuízo para a segurança dos Açorianos das ilhas sem hospital, conforme ficou demonstrado pelo falecimento de um cidadão jorgense  no passado dia 21 de junho, na sequência de um traumatismo craniano grave, enquanto aguardava que se concretizasse a sua evacuação médica por meios aéreos”, denunciou André Bradford. André Bradford lamentou o óbito e esclareceu que “a pista de S. Jorge possui iluminação de aproximação e fim de pista, iluminação lateral e ainda dois outros tipos de iluminação de apoio à navegação, não sendo impeditiva da operação de aeronaves militares para efeitos de evacuações aeromédicas, que aliás já aconteceram em condições semelhantes na ilha das Flores”. “A Região dispõe de dois helicópteros do tipo EH-101, mas a Zona Aérea dos Açores tem ao seu serviço apenas uma tripulação completa e certificada, o que significa que não tem meios humanos suficientes para utilizar plenamente os recursos técnicos existentes; se houvesse uma segunda tripulação, como aconteceu até ao final de 2013, a evacuação do acidentado de S. Jorge poder-se-ia realizar logo após ter sido solicitada”, destacou André Bradford. O Ministério da Defesa Nacional tem a obrigação de ter um conhecimento profundo da disponibilidade de meios das Forças Armadas na Região, não só porque decorre das suas competências, mas também por ter na sua estrutura dirigente uma responsável política conhecedora da realidade regional”, frisou André Bradford.