“Nos Açores temos conseguido construir um consenso alargado à volta da questão da Base das Lajes e é fundamental que todos tenham consciência do que está em causa, da situação de emergência que existe e das respostas rápidas e eficazes que esta matéria exige”, defendeu o Presidente do Grupo Parlamentar do PS Açores, esta sexta-feira no plenário do Parlamento Açoriano que decorre na Cidade da Horta, Faial.
O Líder Parlamentar defendeu que “esta união deve continuar, como um bloco de força na defesa dos nossos interesses. Temos de nos focar no que realmente interessa e por de lado questões pontuais e divergências para evitar que quem negoceia estas questões ao mais alto nível não utilize possíveis discordâncias internas entre nós, para ter vantagens negociais”.
Para o PS, explicou Berto Messias, a “prioridade das prioridades” é “defender os trabalhadores portugueses, as famílias que ali trabalham, e garantir a sua proteção social, e procurar minimizar os impactos económicos e sociais na Praia da Vitória e na ilha Terceira, não só decorrente dos postos de trabalho que acabam, mas também de todos os empregos indiretos que ficam em risco”.
Messias classificou o anúncio dos Estados Unidos da América em reduzir a sua presença na Base das Lajes como um “facto tremendamente negativo”, marcando “a data de 8 de janeiro um dia negro na relação entre Portugal e os Estados Unidos”.
O parlamentar socialista destacou a proactividade do Governo dos Açores em “construir rapidamente um plano de revitalização económica para a Praia da Vitória e para a ilha Terceira”, apelando ao Governo Português e ao Governo dos EUA para que “não se desresponsabilizem relativamente às obrigações que têm”.
Berto Messias considerou que “o Governo da República deve assumir uma posição muito clara e firme sobre este assunto, sem meias palavras e sem mera retórica de circunstância”, devendo “fazer um esforço financeiro público para acudir e minimizar esta situação”. O parlamentar socialista lembrou que “já tivemos em Portugal situações de exceção que originaram medidas de apoio às populações de exceção, que devem agora ser colocadas na mesa em relação à Terceira”. Berto Messias exemplificou com o “Plano de Revitalização e de Estabilização do Emprego que o Governo da República promoveu relativamente àquilo que se passou no Vale do Ave” e com o “apoio prestado à Região Autónoma da Madeira – é certo que por catástrofe natural e não por motivos laborais - que despoletou do Governo da República uma mobilização de esforços financeiros na ordem dos 740 milhões de euros para auxiliar na recuperação das enxurradas”.
“Impõe-se que o Estado Português acuda também à população da Praia da Vitória e da Terceira, pois poderemos estar à beira de uma catástrofe económica”, alertou Berto Messias.
O deputado socialista lembrou que a Base das Lajes “continua a ser muito importante para a estratégia de projeção de força dos norte-americanos”.
“Nós não nos devemos colocar nesta questão de forma inferiorizada; a Base das Lajes, pelo seu posicionamento no meio do Atlântico, é um ativo relevante para os Estados Unidos da América e nós devemos fazer valer esse facto no processo negocial”, relevou Berto Messias.
Intervenção integral de Berto Messias