O Presidente do Grupo Parlamentar do PS Açores defendeu no programa Grande Plano da RTP/Açores a necessidade de “um debate muito alargado na sociedade açoriana sobre as propostas apresentadas pelo Presidente do Governo no Dia da Região e sobre o futuro do nosso sistema autonómico.
“O Presidente do Governo deu o mote para um debate necessário e muito pertinente para o futuro dos Açores. É fundamental que todos se mobilizem na promoção desse debate. Os partidos políticos têm especial responsabilidade nisso, mas esta discussão não pode estar circunscrita aos partidos, tem de ser feita também fora do espectro partidário, nas organizações cívicas, na Academia açoriana, nos think tanks Açorianos, na comunicação social, nas redes sociais; em suma, tem de ser um debate que envolva toda a sociedade Açoriana”, defendeu Berto Messias.
O Líder Parlamentar socialista considera de “enorme relevância a postura de Vasco Cordeiro, ou seja, um Presidente do Governo e Presidente do PS, que apesar de ter uma maioria absoluta conferida pelos açorianos nas últimas eleições, não se acomoda nem se esconde atrás dessa maioria e tem a coragem de lançar um debate reformista deste tipo, aliás em coerência com o património reformista que o PS Açores sempre defendeu e implementou na Região. Recorde-se por exemplo a introdução da limitação de mandatos na última revisão do nosso Estatuto Político-administrativo, a Lei eleitoral que aumentou a pluralidade do Parlamento ou o novo regime de audição dos indigitados para Presidentes dos Conselhos de Administração das Empresas Públicas açoriana, propostas e aprovadas pelo Partido Socialista.”
“O Presidente do Governo lançou já três propostas pertinentes que devem potenciar um debate alargado. A possibilidade de listas de independentes candidatas ao Parlamento, a introdução de listas abertas para ordenação dos candidatos; um novo conceito dos conselhos de ilha, com poderes executivos e com legitimidade democrática, garantindo que este novo modelo é implementando sem imposições e por acordo com cada ilha, não aumenta os órgãos políticos, permite uma gestão e fiscalização mais descentralizada do investimento público em cada ilha e serve para agilizar procedimentos e reduzir burocracias no processo de decisão; ou a extinção do cargo de Representante da República com o princípio de terminar com figuras tutelares enviadas de Lisboa são um bom mote para este necessário debate”, defendeu Berto Messias.
O dirigente socialista referiu ainda que “os cidadãos querem debater estas questões e outras também relevantes que devem ser consideradas no âmbito da reforma do sistema autonómico, no âmbito da transparência, da fiscalização da ação governativa, da forma como os cidadãos sabem e são informados sobre como os recursos públicos e o dinheiro que descontamos todos os meses é aplicado e não se pode dizer que debater estas questões implica que deixemos de estar focados em matérias importantes como o combate ao desemprego e o desenvolvimento económico e social dos Açores. Uma coisa não invalida a outra, pelo contrário”.
Messias defende ainda que “todos devem agora apresentar as suas ideias e o que pretendem para o futuro. Julgo que este é o momento certo e devemos fazê-lo de forma genuína e séria, sem encenações e sem estereótipos porque há duas coisas que os políticos não podem fazer, partir do pressuposto que os eleitores não sabem e não querem debater estas questões porque é tudo muito complicado, ou ter uma resistência primária à mudança. Se o fizermos seremos ultrapassados pelo tempo e isso é prejudicial para o futuro”.
*Foto: RTP/Açores