Cecília Pavão apresentou esta quarta-feira à Assembleia Legislativa dos Açores, em nome do PS/Açores, o seguinte voto de congratulação, aprovado por unanimidade, que se transcreve na íntegra:
VOTO DE CONGRATULAÇÃO
150 ANOS DA FILARMÓNICA NOSSA SENHORA DAS NEVES
No dia 1 de janeiro de 1866, foi fundada a Filarmónica Nossa Senhora das Neves, da freguesia da Relva.
Tomou o nome da padroeira da sua igreja, tendo atuado pela primeira vez a nove de outubro desse mesmo ano.
A iniciativa da criação de uma banda filarmónica nesta freguesia a poente da cidade de Ponta Delgada surgiu de um grupo de relvenses determinados em elevar o prestígio da sua terra e formar os rapazes na arte musical. Angariados os primeiros fundos, os músicos apresentaram-se publicamente na procissão da festa da padroeira, com todo o instrumental necessário e fardamento luxuoso, semelhante às fardas militares de então, o que gerou alguma polémica.
A vida da Relvense, como também era conhecida, conheceu altos e baixos. Nos primeiros tempos a Filarmónica mudou a sua denominação para Banda Progressista Relvense, na sequência dos apoios que recebeu do campo político. O primitivo nome foi reposto aquando do seu centésimo aniversário. Muito significativa, contudo, foi a proteção mecénica das famílias Barão de Fonte Bela, Raposo do Amaral e Andrade Albuquerque, seguindo-se depois períodos de maiores dificuldades e menor visibilidade da Filarmónica.
Felizmente, a sua atividade nunca foi interrompida, quer na dinamização cultural da freguesia, quer na formação de muitos jovens relvenses.
A sua primeira digressão foi a Santa Maria, na década de 1990, a que se seguiram outras ilhas açorianas, continente português, Estados Unidos da América e Canadá.
No ano 2000, a Filarmónica Nossa Senhora das Neves concretizou o sonho de inaugurar a sua sede social.
São parte da história da sua regência, entre outros, Manuel Inácio Brasil, Guilherme Tavares de Matos, Augusto Baptista, Carlos Manuel Samões, Alberto Narciso Ribeiro, Alberto de Chaves, João Ferreira dos Santos, José Germano Carreiro, Ernesto Medeiros e Sargento Manuel Medeiros.
Atualmente é Hélio Soares o maestro titular, que integra a Filarmónica desde os 9 anos de idade e há mais de três décadas. Com o seu trabalho, com a dedicação e a arte dos 50 músicos e com a envolvência de toda a comunidade, a banda tem evoluído significativamente na qualidade do seu repertório e do seu instrumental.
Os atuais órgãos da Sociedade Filarmónica Nossa Senhora das Neves são: Presidente da Assembleia Geral, José Andrade, que é também o Coordenador do programa das comemorações dos 150 anos; Presidente do Conselho Fiscal, João Manuel Medeiros, sendo a Direção composta pelo Presidente, António Raimundo; vice-presidente, João Paulo Vieira e Tesoureira, Jeruda Arruda.
Passo a citar a saudação atribuída a Basílio José Dias, por ocasião das comemorações dos 100 anos: “Banda de Nossa Senhora das Neves, nós te saudamos na tua velhice, nos teus trabalhos, nas tuas canseiras e desilusões, mas também nas tuas esperanças, nos otimismos do caminho imenso que te cumpre percorrer, confiada no carinho dos filhos - deste povo que te considera carinhosamente, a menina dos seus olhos”.
Acrescentamos respeitosamente, revisitando a expressão tantas vezes usada: Música da Relva, que continues a ser “A Mesma e Mais Forte”.
Pelo exposto, e nos termos estatutários e regimentais aplicáveis, o Grupo Parlamentar do Partido Socialista propõe a aprovação, pela Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, de um Voto de Congratulação pelo centésimo quinquagésimo aniversário da Sociedade Filarmónica Nossa Senhora das Neves.
Propõe-se também que do mesmo seja dado conhecimento aos Órgãos Sociais da referida Sociedade.
Horta, Sala das Sessões, 13 de janeiro de 2016
Os Deputados,