O Grupo Parlamentar do Partido Socialista avança com proposta concretas para combater a abstenção eleitoral nos Açores, "um compromisso assumido nesta legislatura", como recordou André Bradford: "Vamos continuar preocupados e empenhados enquanto não fizermos tudo o que estiver ao nosso alcance para quebrar esse estado de coisas". Uma das iniciativas apresentadas no encerramento das Jornadas Parlamentares que se realizaram na Graciosa, passa pela elaboração de um estudo sobre a abstenção nos Açores, para que se possa abordar o problema de uma forma objetiva, analisando não apenas a componente política da abstenção mas também as questões técnicas a ele associadas.
O sistema do voto em mobilidade, uma proposta já apresentada na legislatura anterior, é outra das medidas que os deputados do PS querem fazer avançar, esperando que, agora, os outros partidos se juntem ao debate: "A oposição, sobretudo a oposição de direita, não quis acompanhar essa pretensão na passada legislatura. Mantemos essa intenção porque esta é uma das formas de facilitar o acesso ao voto e esperamos que haja um acompanhamento das oposições que, na altura, não quiseram ser parceiros desta transformação", afirma André Bradford, dando como exemplo o caso dos eleitores açorianos deslocados noutras ilhas ou no continente por razões diversas como, estudos, trabalho ou até por motivos de saúde.
O líder do maior partido com assento parlamentar da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, considera que o PS é "a força liderante do processo de combate à abstenção", mas acrescenta que esse não deve ser um combate exclusivo do Partido Socialista: "É nosso objetivo gerar os mais amplos entendimentos entre partidos para que as medidas tenham outro tipo de força e para que os resultados possam ser mais eficazes". Exemplo dessas parcerias é a "preparação de uma iniciativa conjunta, de todas as forças políticas representadas na Assembleia Legislativa Regional, para a criação de uma comissão eventual que tenha como objeto as questões relacionadas com a reforma da autonomia".
Para além das forças políticas, o Grupo Parlamentar do PS também quer o envolvimento da sociedade civil para que esta não seja uma discussão "à porta fechada", afastada da opinião e dos anseios dos cidadãos. "Só olhando de frente para os problemas, em proximidade com as populações e com disponibilidade democrática para apresentar e acolher as melhores propostas para os Açores, exerceremos convenientemente as funções para as quais fomos eleitos por todos os açorianos e açorianas", afirmou José Ávila.
No balanço das Jornadas o vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS e deputado eleito pela Graciosa também destacou a importância "da realização deste encontro pois as jornadas parlamentares continuam a ser a forma, por excelência, de dar a conhecer as especificidades das várias ilhas e, exercendo funções num arquipélago onde as ilhas são tão díspares entre si, é fundamental manter esta boa prática".