A importância de se estudar cientificamente o fenómeno da abstenção eleitoral nos Açores, foi uma das conclusões do debate promovido pelo PS/Açores esta sexta-feira à noite, no Arquipélago - Centro de Artes Contemporâneas, na Ribeira Grande. O politólogo André Freire e o sociólogo Álvaro Borralho apresentaram diferentes abordagens políticas e sociais que permitiram analisar o tema sob múltiplas perspetivas.
No entanto, como ficou patente nas suas intervenções, é preciso um estudo que aprofunde as diferentes causas da abstenção na Região, para permitir uma intervenção fundamentada e eficaz.
A necessidade de realizar essa análise científica tem sido defendida pelo Partido Socialista que, inclusivamente, concertou com a maioria dos outros partidos, representados na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, a apresentação de uma proposta para a realização desse estudo.
Esse será um passo importante no combate à abstenção, realçou André Bradford, Vice-Presidente do PS/Açores, mesmo sabendo que há quem desvalorize o conhecimento científico: “Uma maneira de começar uma análise aprofundada desta matéria é estudá-la – embora haja uma perceção generalizada, particularmente dentro uma certa opinião pública de quando os políticos decidem fazer um estudo é porque não o querem resolver”.
“As razões da abstenção não são únicas”, sublinhou André Bradford reconhecendo que, uma das explicações pode passar pelo afastamento entre a classe política e os cidadãos, em que “boa parte dessa responsabilidade é imputável aos agentes políticos”. Mas, como fez questão de destacar que a abstenção “é um problema da sociedade no seu todo, é um problema coletivo dos açorianos e dos Açores que só se resolve se houver vontade, disponibilidade da sociedade civil como da classe politica”.
Durante cerca de duas horas, André Bradford moderou o debate, que contou com um auditório repleto de participantes que, também, quiseram contribuir com a sua perspetiva do problema. A reforma da lei eleitoral, o recenseamento, as sondagens, a formação das listas, a existência de listas independentes e de partidos regionais, o voto à distância ou em mobilidade, foram alguns dos temas que o público trouxe para reflexão.
A participação política e eleitoral dos cidadãos foi um compromisso assumido pelo PS Açores desde o início desta legislatura: “Na noite das eleições do passado dia 16 de outubro o PS Açores disse, publicamente, que assumia o compromisso de durante a legislatura fazer tudo o que estivesse ao seu alcance – enquanto força política responsável – para melhorar o relacionamento e o envolvimento dos Açorianos com as suas instituições politicas”, recordou André Bradford.
“O PS tem cumprindo”, não só com a promoção de debates como os de sexta-feira à noite, mas também com iniciativas levadas a cabo pelo partido na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores. E, as ações vão continuar: “Prosseguiremos porque é nossa obrigação, porque foi um compromisso político”.