O Presidente do Governo afirmou hoje, em Malta, que os cidadãos e as instituições das regiões periféricas e marítimas têm que ser claros quanto ao que pretendem para o futuro da Europa, frisando que “não podem ser neutros” relativamente a questões importantes, como a Política de Coesão pós 2020.
“Quando representamos cerca de 150 regiões de 28 estados europeus, agregando cerca de 200 milhões de cidadãos, e temos como missão a defesa dos interesses dos seus membros junto de instituições nacionais e europeias, através da promoção da coesão económica, social e territorial e do poder regional na Europa, bem como do reforço da dimensão periférica e marítima da Europa, temos de ser claros em afirmar também o que achamos que a Europa deve fazer no futuro”, frisou Vasco Cordeiro, que falava na Assembleia Geral da Comissão das Ilhas da Conferência das Regiões Periféricas Marítimas da Europa (CRPM).
Vasco Cordeiro, que preside à CRPM desde setembro de 2014, salientou que a reunião decorre “num contexto muito particular”, devido a questões externas, como a saída do Reino Unido da UE ou a nova administração norte-americana, e a questões internas, como as negociações sobre o futuro da política de coesão europeia, pelo que defendeu a necessidade de “cada um assumir o que pretende para o futuro da Europa”.
“Não o que os outros, na Europa, querem para nós, mas o que nós, enquanto regiões, queremos para a Europa”, afirmou, acrescentando que as regiões que integram a CRPM devem ter uma “voz ativa” em questões como as migrações, a crise económica e social ou a preservação e conservação ambiental.
“É esta a nossa função enquanto representantes das regiões insulares e marítimas da Europa. Não somos, nem podemos ser neutros em relação às matérias que aqui serão debatidas”, como o futuro da Europa, a Política de Coesão pós 2020 e as prioridades das ilhas, as acessibilidades ou a transição energética, acrescentou Vasco Cordeiro, destacando, por isso, a importância da reunião que decorre hoje na ilha de Gozo.
O Presidente do Governo defendeu que as regiões europeias “não podem ser apenas subordinadas aos debates e opiniões que se geram ao nível dos Estados Membros e das instituições europeias, têm a obrigação de dar consistência e prática ao lema da UE, que é ser ‘Unida na Diversidade’”.