Sustentabilidade e valorização de produtos são duas estratégias que o PS Açores defende como essenciais para o setor primário. Deputados do Grupo Parlamentar do Partido Socialista na Assembleia Legislativa dos Açores, estão a promover encontros nas várias ilhas e, esta quinta-feira, reuniram com produtores e empresários das pescas e do setor agrícola, na ilha Terceira, para debater os desafios do setor.
“Quando vemos que os números do setor - em 10 anos houve um crescimento de 77% na carne para consumo, nos últimos 5 anos, a carne para exportação também cresceu na ordem dos 34%, este ano, pela primeira vez, ultrapassamos a barreira das 40 mil cabeças exportadas - percebemos que temos razões para estar otimistas com a estratégia que está a ser implementada nos Açores”, realça António Toste Parreira.
O deputado socialista falava à margem das visitas a uma exploração de leite e à empresa Quinta dos Açores: “É importante referir o trabalho que tem sido feito a nível da carne e dos lacticínios, valorizando o que é feito localmente e que é exportado para fora da Região, com o selo da Marca Açores”.
António Toste Parreira sublinhou a importância de haver empresários, “que devem servir de exemplo”, porque apostam em “produtos inovadores que são referência no mercado” e que aproveitam os incentivos do Governo Regional para “promover a inovação e diferenciação dos produtos”. O deputado considera que “com a qualidade dos nossos produtos, com a qualidade da nossa pastagem e da nossa natureza, com este trabalho, penso que conseguimos ultrapassar estes desafios e dar passos importantes e criar mais-valias para a região, para as pessoas, para as empresas".
No caso do setor das pescas os deputados reuniram com a Associação de Armadores Terceirenses e visitam a Peixaria Silveira, em São Mateus, onde se localiza a segunda maior comunidade piscatória dos Açores. O problema dos rendimentos dos pescadores tem sido uma preocupação para os deputados do PS/A e, conforme destacou Mário Tomé no fim dos encontros: “Em 2016, com 140 dias de mar, ou seja 6 a 7 meses de atividade, houve rendimentos individuais dos pescadores, em algumas embarcações, na ordem dos sete mil euros, o que demonstra bem a preocupação de alguns armadores, que fazem uma distribuição equitativa dos rendimentos obtidos na atividade”.
O deputado socialista confirma a exigência desta atividade, que sofre com as flutuações do tempo e da matéria-prima disponível, mas destaca o empenho dos profissionais: "Encontrámos um setor estável, um setor com a esperança de que, de facto, há aqui um longo caminho a percorrer, mas estão motivados, empenhados, percebendo cada vez mais a importância não só da sustentabilidade, mas acima de tudo da valorização deste pescado".
Na valorização torna-se fundamental as empresas de comercialização, “que devem ter consciência dos novos desafios, de ter produtos frescos e transformados que se destaquem pela qualidade e se afirmem no mercado regional e externo”.