"Não se pode pensar a Autonomia contra as instituições políticas, essas são as instituições legitimamente eleitas pelos açorianos, resultam da vontade política expressa pelos Açorianos, defendem o interesse comum, o interesse geral e o interesse da Região. Compará-las, em plano de igualdade, a instituições que resultam da representação de interesses específicos é desvirtuar o processo autonómico. É claro que a Autonomia se faz mais plena, mais eficaz, com a participação de todos, mas quem tem a incumbência de representar a vontade popular Açoriana são as instituições políticas e, portanto, é a essas que compete fazer uma reflexão sobre o futuro da Autonomia”, defendeu, esta segunda-feira, o líder parlamentar do Partido Socialista.
André Bradford falava na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, à margem da sessão solene do Dia da Região, onde também afirmou que “a Autonomia não se pode fazer sem as pessoas dentro, sem que estas participem, tem de ser algo que possa contar com a participação cívica, porque são os Açorianos os verdadeiros detentores do poder que as instituições da Autonomia exercitam”.
Para o líder parlamentar as preocupações açorianas foram expressas num discurso “muito prático e direto” do Presidente do Governo Regional que, no seu entender, deixou claro que “não há nada a temer” em relação ao processo de revisão da Autonomia porque o objetivo é “melhorar a participação dos Açorianos”.
André Bradford considerou, ainda, que o Presidente da República revelou - muito em contraponto com o anterior Chefe de Estado - “uma faceta mais sensível em relação às Autonomias”.
“Demonstrou conhecer a nossa essência, a nossa maneira de ser, a nossa realidade específica. É claro que do ponto de vista da autonomia entendida no plano institucional podemos ter eventualmente alguma discordância, mas também há o reconhecimento que o Presidente da República fez um esforço para compatibilizar aqueles que são os princípios constitucionais, que ele acarinha e que vem da Constituinte de que foi membro, com aquela que é a realidade dinâmica da Autonomia”.
“Refletir sobre a Autonomia porque é um processo dinâmico, sempre em curso, necessita que nós pensemos, façamos uma reflexão permanente sobre ele de modo a melhorá-lo sobretudo para servir melhor os Açorianos e servir melhor, por essa via, também o País. Essa é a nossa preocupação”, sintetizou André Bradford.