Acusações extremadas da oposição levam André Bradford a apelar: “Vamos parar um bocadinho para pensar, em vez de alimentar as coisas desta maneira”

PS Açores - 13 de julho, 2017
Depois dos acontecimentos dos últimos dias, André Bradford defendeu a necessidade de todos os partidos, com assento na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, refletirem sobre o que se está a passar: “Vamos parar um bocadinho para pensar, em vez de alimentar as coisas desta maneira”, afirmou o presidente do Grupo Parlamentar do PS Açores, na sequência do voto de protesto apresentado pelo Partido Popular Monárquico. No entanto, a julgar pelo teor de algumas reações, a polémica é para manter. “Nós não nos revemos nem nas acusações, nem nos termos utilizados por este voto e cremos que esta é uma forma artificial de prolongar um debate que infelizmente já se tornou algo que devia fazer-nos pensar, parar para pensar, em vez de ser sujeito a contínuo aproveitamento político-partidário”, acrescentou o presidente do Grupo Parlamentar do PS Açores. André Bradford esclareceu que não se iria pronunciar sobre o plano jurídico da questão: “Sobre isso eu não vou, obviamente, pronunciar-me enquanto líder do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, porque o GPPS e o PS, em si, não tem nada a ver com qualquer ação judicial, qualquer processo judicial, não é de certeza para mim, nem para esta bancada, que essa questão se dirige”. Para o Partido Socialista, a Liberdade de Expressão é “essencial à democracia, completamente basilar nas democracias”, mas, como recordou o líder parlamentar, “qualquer Código Penal considera que esse direito não é absoluto e considera que a utilização abusiva desse direito faz incorrer na prática de uma série de crimes”, como por exemplo, a difamação, a injúria e a calúnia. Apesar de prezar a liberdade expressão como “valor fundamental da democracia”, André Bradford concorda que “esse direito não pode ser exercido só porque sim, e na latitude que cada um quer, quando, o que está em causa, é o respeito pela honra do outro a quem nós nos dirigimos”. Aliás, durante a intervenção em Plenário, o líder parlamentar recordou o que se passou consigo há uns anos, quando num aparte dirigido à bancada do PSD acusou os deputados de “colaboracionismo”, associado “a amigos do nazismo”. “Suspendemos os trabalhos. Tivemos uma conferência de lideres especial imediata, de duas horas e meia, e eu voltei e tive de ir pedir desculpa por ter utilizado e referido esse termo”, partilhou o líder parlamentar, considerando que “a margem da liberdade de expressão que nós concedemos, e com a qual nós conseguimos conviver, é muito maior do que a margem de liberdade de expressão que alguns me concederam há alguns anos atrás”. André Bradford recusa por isso as acusações feitas ao PS Açores no voto apresentado pelo PPM e que só contou com o chumbo dos socialistas: “Não há nada que possa justificar as acusações de tirania, de fascismo que nos são dirigidas”.