O Presidente do Governo anunciou hoje a conclusão, até final do atual mandato, do processo de certificação de todos os matadouros da Região ao nível da segurança e da qualidade alimentar dos produtos, no âmbito da estratégia que está a ser implementada de reforço da competitividade do setor da carne nos Açores.
“Brevemente serão já entregues os comprovativos da certificação pela norma ISSO 22.000 aos matadouros da Terceira, de Santa Maria e do Pico. Este ano decorrerá também o processo de certificação dos matadouros do Faial, da Graciosa, das Flores e de São Jorge. Estamos a trabalhar e temos a legítima esperança que, seguramente até final da legislatura, este Matadouro de São Miguel tenha reunidas todas as condições para estar certificado”, adiantou Vasco Cordeiro.
O Presidente do Governo falava na inauguração das obras de ampliação do Matadouro de São Miguel, um investimento superior a três milhões de euros, no âmbito da estratégia de reforço da competitividade do setor, que “será potenciada com a conclusão do processo de certificação para a qualidade da rede regional de abate”, condição fundamental para se “retirar ainda mais valor desta atividade”.
Com este reforço da capacidade de frio, o Matadouro de São Miguel passa a dispor de mais quatro câmaras frigoríficas, com uma capacidade de armazenagem total de 460 carcaças de bovinos, mais duas câmaras para miudezas, com capacidade para 13 toneladas, bem como um túnel de arrefecimento rápido com capacidade para 6.000 aves por hora.
“Esta obra não é um ato isolado e integra-se na estratégia que estamos a concretizar de modernização da rede regional de abate e que envolve um investimento superior a 15 milhões de euros em toda a Região”, afirmou Vasco Cordeiro.
Segundo referiu, estes investimentos públicos concretizam a estratégia que tem o objetivo claro de criar as condições para “reforçar e melhorar a rede de abate, assegurando, também por esta via, o elemento da competitividade do setor da carne, que se tem assumido como um pilar de importância crescente na agricultura açoriana, ao nível da criação de emprego e de valor”.
No âmbito desta estratégia, já entrou em funcionamento o novo matadouro da ilha do Faial, foram inauguradas as obras de remodelação do matadouro da ilha Terceira e está em fase final de conclusão a obra de construção do novo matadouro da ilha Graciosa.
Na sua intervenção, o Presidente do Governo destacou, por outro lado, a importância do trabalho de parceria e de cooperação que tem sido realizado entre o Governo dos Açores, a Federação Agrícola dos Açores, mas também o Centro de Estratégia Regional para a Carne dos Açores (CERCA), no âmbito da valorização das produções regionais, para consolidar cada vez mais a presença nos diversos mercados.
“Entre as várias iniciativas que estão a ser trabalhadas consta, por exemplo, a abertura de cursos de formação profissional na área da operação, preparação e transformação de produtos, destinados à atualização de conhecimento de ativos, mas também à requalificação de desempregados e à dupla certificação de jovens”, referiu Vasco Cordeiro.
Em 2018 foram abatidos nos matadouros dos Açores e aprovadas para consumo quase 73 mil carcaças de bovinos, o que corresponde a um aumento superior a 30 por cento nos últimos cinco anos.
Por outro lado, continua-se a verificar um aumento de carcaças expedidas, sendo que, entre 2018 e 2017, o crescimento atingiu quase os 40 por cento.
Vasco Cordeiro destacou que, fruto da evolução que se tem assistido no setor da carne nos Açores ao nível das condições de abate nas próprias ilhas, a exportação de gado vivo tem vindo a sofrer uma redução significativa nos últimos anos, ao mesmo tempo que, naturalmente, têm crescido os abates feitos na Região.
“Se analisarmos o período compreendido entre 2008 e 2018, exporta-se, atualmente, apenas um terço do gado vivo que se exportava, ou seja, conseguimos uma evolução de 32 mil animais para menos de 11 mil”, afirmou o Presidente do Governo.
GaCS/PC