Na apresentação da interpelação ao Governo sobre os “Desafios dos Açores na Europa pós-2020”, promovida pelo Grupo Parlamentar do PS/A, esta terça-feira na Sessão Plenária, André Bradford insistiu na importância de os Partidos assumirem uma posição consensual quer na defesa dos interesses da Região na Europa, quer no combate à abstenção.
“Agora que se definem as grandes linhas orientadoras da futura Política de Coesão, da Política Agrícola Comum ou da Política Comum de Pescas, e que se fixam os respetivos envelopes financeiros, não é irrelevante a nossa presença, a nossa ação e a nossa capacidade de gerar mais apoios, consensos e alianças nos grandes centros de decisão da política Europeia”, afirmou o deputado socialista.
Já em fevereiro do ano passado o GPPS “lançou um repto a todos os partidos representados nesta Casa, para que nos uníssemos e fizéssemos ‘um pacto de regime’ em torno das políticas europeias”. Agora, insiste, “é fundamental que, conjuntamente com o Governo dos Açores, façamos um ponto de situação sobre matérias tão decisivas quanto as que dizem respeito à Agricultura, às Pescas, aos Transportes e à Mobilidade, ou ao Ambiente e à Sustentabilidade, enfim, às várias áreas-chave do nosso futuro coletivo”.
Para André Bradford, tendo em conta que “deixaremos de poder contar com um representante dos Açores no maior grupo político do Parlamento Europeu” é necessário “robustecer o nosso entendimento interpartidário e procurar, em articulação com o poder executivo, os fundamentos para uma Região unida e preparada para defender os interesses dos Açorianos, acima de qualquer questiúncula específica de índole político-partidária”.
Ainda durante a intervenção inicial, André Bradford recordou o problema da abstenção: “Infelizmente, os Açores têm sido notícia pelo distanciamento que os nossos eleitores sentem em relação à União Europeia. É impossível conviver comodamente com os 80% de abstenção que tivemos nas últimas eleições Europeias e todos nós aqui nesta Casa temos responsabilidade nisso”.
“Temos a responsabilidade e o dever de mostrar aos Açorianos que a Europa também é aqui e que as políticas europeias são determinantes. Que a nossa pertença à Europa tem resultados visíveis em todas as ilhas – nas estradas, nas escolas, nos centros de saúde, na proteção dos recursos naturais – e que o que não formos capazes de ser nós a influenciar, será sempre decidido por outros, não necessariamente de acordo com as nossa vontades e necessidades”, acrescentou.