“O facto do PSD/Açores, na sua relação com o PSD nacional, não ter tido a capacidade para garantir aos Açores uma representação no Parlamento Europeu não criou um problema ao PSD, criou um problema aos Açores”, adiantou Francisco César, na conferência de encerramento das Jornadas realizadas na Ilha Terceira, dedicadas ao tema “os Açores na Europa pós-2020”.
O presidente do Grupo Parlamentar do PS/Açores recorda que nas eleições europeias não há, propriamente “rivalidade entre candidatos”, o que há é a preocupação em “garantir que tivéssemos dois deputados nos Parlamento Europeu, nas duas maiores famílias políticas, uma de direita, outra de esquerda”.
Francisco César manifesta preocupação com a perda de representatividade que a Região vai ter na Europa e lamenta que o PSD não reconheça a gravidade da situação: “O que vai acontecer é que este problema, que era um problema interno do PSD, fará com que os Açores reduzam a sua representação para metade. E pior que tudo, é que quando nós nos queixamos disso, a resposta que nos dão é: ‘isto é um problema interno, portanto metam-se nas vossas vidas’”.
“O problema é que a vida do PSD interferiu, e vai interferir diretamente, naquilo que será a vida dos Açorianos nos próximos anos e isso é um problema grave”, explica o líder da bancada socialista. “Aquilo que é a obrigação do maior partido da oposição, neste momento, é discutir as eleições europeias e não o faz”, acrescentou.
Francisco César considera, por isso, inaceitáveis as declarações de Alexandre Gaudêncio, que prefere atacar o PS Açores em vez de defender os interesses da Região: “A mesma pessoa que neste momento está a falar de eleições autárquicas e que está a acusar o Governo Regional de compadrio e de má gestão, foi a mesma pessoa que há cerca de uma semana fez com que os ribeiragrandenses pagassem perto de 200 mil euros para um concerto musical que como todos nós sabemos, estava referenciado por um preço mais baixo”.
O Presidente do GPPS espera que o PSD se comprometa em “reforçar a participação eleitoral, em não resumir os Açores a 12 mil votos e a combater a abstenção”, deixando de “falar de eleições autárquicas” ou de “atacar o PS”.