“Os resultados agora divulgados pelo INE não são dados novos, mas apenas os definitivos de 2017”, esclarece Renata Correia Botelho, recordando que os mesmos dados, “na sua versão provisória”, foram já debatidos em sessão plenária, no início deste ano, no parlamento açoriano.
“O que se confirma, sobretudo, é que o PSD teima em deles fazer, sem qualquer pudor, arma de arremesso político”, lamentou.
A deputada reagia assim a declarações recentes do PSD/Açores sobre resultados definitivos do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento das famílias, divulgado esta semana pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
“Para o Partido Socialista, estes dados são, evidentemente, uma fonte de preocupação, e a implementação de uma Estratégia de Combate à Pobreza e Exclusão Social mais não é do que a assunção corajosa de que há muito trabalho a fazer nesta matéria”, sobretudo, relembrou a deputada, “numa Região que a governação social-democrata deixou na mais absoluta miséria e que a administração social-democrata nacional, através da chamada troika, teria depauperado completamente, não fosse a atitude firme do Governo Regional no combate à austeridade de Passos Coelho”.
A deputada da bancada socialista salientou que os números estatísticos não “espelham a realidade de um arquipélago inteiro” e “o PSD sabe perfeitamente deste facto”. “E sabe perfeitamente que os Açores têm focos de pobreza muito bem identificados e que estão já a ser alvo de intervenção territorializada”, disse.
E Renata Correia Botelho continuou: “O PSD sabe muito bem que o Rendimento Disponível Bruto das famílias açorianas é superior à média nacional, sabe que a taxa de desemprego tem vindo a baixar progressivamente, e que está abaixo de metade em relação aos tempos de má memória da austeridade da troika”.
“Sabe tudo isto, mas não quer citar qualquer dado que demonstre o progresso notório dos Açores e repercussões positivas que tem na vida dos açorianos. Parece até sentir alguma lamentável satisfação sempre que são conhecidos dados como estes do INE, sem qualquer preocupação séria de os compreender”, lamentou a parlamentar.
Renata Correia Botelho questionou ainda como pode o PSD falar de “assistencialismo” na Região, quando é o mesmo partido que “não vê outras soluções que não o aumento de complementos regionais e outras medidas avulsas, tão caras a um partido sem ideias. O PSD não consegue apresentar uma ideia consistente, não consegue mostrar um caminho, não consegue pensar este problema na sua raiz multifatorial!”