O Presidente do Governo anunciou hoje, em São Jorge, que o Executivo vai apresentar nas próximas semanas uma proposta de regime jurídico de apoio à agricultura familiar nos Açores, tendo em vista reforçar a sua competitividade e o contributo para o desenvolvimento da Região.
“Até ao final deste mês, início de junho, o Governo enviará às instituições representativas deste setor a proposta de definição de um regime jurídico de apoio à agricultura familiar”, afirmou Vasco Cordeiro, acrescentando que se pretende “uma atenção e um cuidado em relação à dimensão dessas explorações, à existência dessas explorações, de forma a reforçar a sua competitividade e a forma como contribuem para o desenvolvimento de toda a Região”.
Vasco Cordeiro, que falava na sessão solene comemorativa do 75.º aniversário da Finisterra – Cooperativa de Lacticínios do Topo, destacou o trabalho desenvolvido por esta instituição ao longo dos anos e a dimensão e importância que assume, não apenas ao nível da ilha de São Jorge, mas num setor de grande importância para a economia regional.
Na sua intervenção, o Presidente do Governo salientou a importância do movimento cooperativo e apontou a necessidade de prospetivar o futuro, deixando “uma mensagem de confiança e de esperança, mas não de ingenuidade ou de irresponsabilidade”.
“Termos esperança e confiança no futuro não significa que não vamos ter desafios, não significa que não vamos ter dificuldades e não significa, sobretudo, que não haverá coisas que não resultem no futuro como nós gostaríamos que resultassem. Significa, tão só, termos razões fundadas para acreditar que somos capazes de ultrapassar esses desafios, de vencer essas dificuldades e, no fundo, de continuar esta caminhada que temos feito, de criação de valor, de criação de riqueza em toda a ilha de S. Jorge, mas também na nossa Região, por via deste movimento”, afirmou.
Vasco Cordeiro recordou os anos recentes de dificuldades e até de algum desânimo que afetaram o setor cooperativo de S. Jorge, para salientar o “percurso consistente” feito pelas cooperativas, de “recuperação e estabilização da sua situação, de melhoria do relacionamento com os produtores, através do pagamento do leite, de melhoria da qualidade do queijo”, mas também “o empenho na procura de novos mercados”.
“São fortes indicadores, são provas concretas de que essas dificuldades, esses desafios não nos devem amedrontar. É possível ultrapassa-los”, frisou o Presidente do Governo, assegurando que o Executivo “esteve, está e estará ao lado dos agricultores e das cooperativas, nas não se pode substituir àquela que é a responsabilidade primeira das cooperativas e dos agricultores”.
“O clima de confiança no futuro é fundamental também porque, cada vez mais, a profissionalização da forma como se encaram os desafios que estão à nossa frente é fundamental. Não apenas no que tem a ver com o planeamento e com o aproveitamento de novas oportunidades de valorização e de comercialização dos produtos, mas também no que tem a ver com a abordagem à questão dos custos da produção”, frisou, salientando a importância de ser “reforçada essa capacidade de planeamento estratégico, daquilo que queremos para cada uma das instituições e para o setor e, por essa via, aproveitar as oportunidades que vão surgindo”, como é o caso do acordo comercial entre a União Europeia e o Canadá.
Vasco Cordeiro recordou que compete ao Governo Regional ajudar a criar condições para ultrapassar esses desafios, apontando a disponibilização de sistemas de incentivos públicos ao investimento privado, nomeadamente ao nível do ProRural+, que tem registado “uma resposta significativa de adesão quanto à oportunidade dos investimentos”.
Nesse sentido, adiantou que, em São Jorge, há mais de quatro dezenas de agricultores com projetos aprovados para modernizar as explorações desde o início deste programa, num investimento que se aproxima dos três milhões de euros, enquanto ao nível da Região são mais de oito centenas de projetos de modernização de explorações agrícolas, que significam um investimento de 94 milhões de euros e que “contribuem para uma agricultura mais forte, mais competitiva e mais preparada para ultrapassar esses desafios”.
Vasco Cordeiro considerou, por isso, que há motivos de “confiança e esperança, com a consciência de que temos desafios grandes e importantes à nossa frente, mas também com a certeza que, da mesma forma que conseguimos ultrapassar os desafios que enfrentamos até este momento, somos certamente capazes de ultrapassar os desafios futuros”.
“É isso que me move como Presidente do Governo Regional para, em conjunto com aqueles que connosco quiserem trabalhar, pudermos ultrapassar os desafios e as dificuldades que nos surgirem”, frisou.
GaCS/FR