Os compromissos assumidos pelo Governo da República para com os Açores estiveram, novamente, em debate no Parlamento Açoriano: “É bom que nós discutamos, sempre, o relacionamento entre a Região e República e que tenhamos consciência que esse relacionamento será sempre, tendencialmente, conflitual e com alguma tensão –é, também, dessa tensão que se fortalece a Autonomia”, afirmou Francisco Coelho.
“Os Governo da República do Partido Socialista foram, em geral, bem melhores e mais amigos das Autonomias e ninguém pode ter dúvidas disso”, sublinhou o deputado do Grupo Parlamentar do PS/Açores. Entre as medidas do PS que foram positivas para os Açores referiu, a título de exemplo: A lei das Finanças das Regiões Autónomas; O pagamento das dívidas do Serviço Regional de Saúde; A baixa do tarifário aéreo entre os Açores e o continente em cerca de 27%; A harmonização do tarifário elétrico; O porte pago especial para jornais e revistas do continente nos Açores; O projeto de ligação por cabo de fibra ótica às Flores e ao Corvo.
Sobretudo, realçou, “o Governo da República nunca nos falhou em altura das calamidades, coisa que não podemos dizer de outros Governos, designadamente do PSD”. Em relação aos compromissos do atual Governo da República, Francisco Coelho destacou como positivo o facto de ter ficado ultrapassada a “discriminação” que existiu durante décadas por “não haver uma referenciação automática e uma intermobilidade entre os doentes do Serviço Regional e o Serviço Nacional de Saúde”. Foi também este Governo do PS, “que prometeu e cumpriu”, que a Ryanair voasse para a ilha Terceira.
Ainda no balanço sobre o que foi feito nos anos mais recentes, recordou: Foi com este Orçamento de Estado que começaram a ser pagas as Obrigações de Serviço Público interilhas; Durante décadas a Região ficou sem receber as comparticipações a que tinha direito dos jogos sociais e, apesar do PSD ter tentado impedir, foi com este Governo que os Açores passaram a receber os 17 milhões de euros que lhe são devidos; A certificação para uso civil da base das Lajes está praticamente resolvida; o Terminal de Cargas está ser feito…
Francisco Coelho reconheceu que “há coisas com as quais nós não estamos totalmente satisfeitos” e, por exemplo, em relação ao Centro Tutelar Educativo, garantiu que o PS/Açores vai “insistir”, por considerar que a alternativa proposta pela República não satisfaz. Em concreto sobre os Radares Meteorológicos e o novo Estabelecimento Prisional de São Miguel, reconheceu os avanços que foram feitos nesta legislatura, apesar dos recursos que foram, agora, interpostos e que têm de ser respeitados - “Sabemos que as ditaduras, nesse aspeto são mais rápidas, mas não é isso que queremos!”
Ainda durante o debate parlamentar, Francisco Coelho manifestou a sua estranheza pelo facto de que o BE/Açores se considerar “cúmplice e corresponsável pela devolução de rendimentos, pelo aumento do salário mínimo, pelos apoios sociais, pela diminuição dos impostos para o trabalho”, mas por esse mesmo partido se escusar a assumir as responsabilidade pelo que ainda não está feito nos Açores: “Temos todos que assumir as nossas responsabilidades por inteiro”.