Ciclo de investimentos em matadouros reforça condições do setor da carne para criar valor, garante Vasco Cordeiro

PS Açores - 18 de junho, 2019
O Presidente do Governo afirmou hoje, na ilha Graciosa, que a conclusão do ciclo de investimentos na construção e modernização dos matadouros da Região garante as condições para o setor da carne gerar cada vez mais valor, reforçando, assim, a competitividade da agricultura açoriana. “Com a inauguração deste novo matadouro da ilha Graciosa estamos a concluir um grande ciclo de investimentos neste tipo de infraestruturas na Região”, com o objetivo central de contribuir para criar mais empregos e mais rendimento para os produtores das várias ilhas, afirmou Vasco Cordeiro. O Presidente do Governo, que falava na inauguração do matadouro construído de raiz na Graciosa, salientou que este investimento de cerca de 5,4 milhões de euros constitui, por isso, “mais uma pedra neste alicerce da construção da competitividade do setor agrícola”. Além do novo matadouro da Graciosa, a modernização da rede regional de abate incluiu a construção do novo matadouro do Faial e a ampliação e modernização dos matadouros das ilhas Terceira e São Miguel, num investimento global superior a 15 milhões de euros. Depois de assegurar que a situação do matadouro de São Jorge será também resolvida, Vasco Cordeiro garantiu que a intervenção do Governo dos Açores nesta área não se limita ao investimento em infraestruturas, incidindo também na componente da segurança e qualidade alimentar dos produtos transformados nesta rede regional de abate. “Já foram entregues os comprovativos da certificação pela norma ISO 22.000 aos matadouros da Terceira e de Santa Maria. No próximo mês será a vez do matadouro do Pico. Atualmente decorre o processo de certificação dos matadouros da Graciosa, do Faial, das Flores e de São Jorge. Relativamente a São Miguel, a expetativa é que o processo fique concluído ainda este ano”, referiu. Relativamente à concessão das salas de desmancha, o Presidente do Governo adiantou que está em fase de conclusão o concurso para o matadouro do Faial e, em São Miguel, a sala de desmancha já foi adjudicada a uma empresa privada. No caso da Graciosa, serão desencadeados brevemente os procedimentos com vista à abertura de concurso para a concessão da nova sala de desmancha. Na sua intervenção, Vasco Cordeiro sublinhou ainda que o “rumo certo” em que vive atualmente o setor da carne é comprovado pela resposta que os privados têm dado aos investimentos públicos que têm sido concretizados na Região. Nesse sentido, adiantou que, em 2018, foram abatidos nos matadouros dos Açores e aprovadas para consumo quase 73 mil carcaças de bovinos, o que corresponde a um aumento superior a 30 por cento nos últimos cinco anos. Por outro lado, continua a verificar-se um aumento de carcaças expedidas, sendo que, entre 2017 e 2018, o crescimento atingiu quase os 40 por cento, o que releva para o reforço da capacidade exportadora da Região, salientou Vasco Cordeiro. Na comparação entre 2008 e 2018, exporta-se atualmente apenas um terço do gado vivo que se exportava na altura, ou seja, conseguiu-se uma evolução de 32 mil animais para menos de 11 mil. “Esta adesão e esta resposta surge porque há um esforço de concertação e de diálogo que tem um potencial muito grande ainda a dar na nossa Região”, assegurou o Presidente do Governo, ao dar o exemplo do trabalho desenvolvido pelo Centro de Estratégia Regional para a Carne dos Açores (CERCA), um organismo que envolve todos os parceiros do setor e que tem por missão a promoção e a valorização da carne dos Açores. No âmbito desta concertação, Vasco Cordeiro anunciou que o CERCA vai avançar com a realização de um estudo às caraterísticas nutricionais da carne dos Açores, à semelhança do que está a ser feito para o leite, mais um instrumento que contribuirá, também por esta via, para valorizar esta produção regional. “Todos os resultados que têm sido alcançados neste setor não querem dizer que não existam desafios futuros”, alertou Vasco Cordeiro, ao apontar o exemplo da necessidade de se “produzir e vender cada vez melhor para responder ao que o mercado precisa e quer”. Com uma área coberta superior a 2.200 metros quadrados, o novo matadouro da Graciosa apresenta uma capacidade de abate instalada para 15 bovinos por hora. Já ao nível da desmancha, corte e embalagem, passa a ter capacidade para cinco carcaças de bovino/dia ou 10 carcaças de suíno/dia, além de disponibilizar uma capacidade de frio reforçada, em virtude das novas câmaras de refrigeração que foram adquiridas e instaladas. GaCS/PC