A aprovação da proposta do Governo dos Açores, que altera o Fundo Regional da Ciência e Tecnologia, reforça e materializa a posição geostratégica dos Açores e é mais um contributo para a afirmação internacional da Região, garantiu José Contente, esta quarta-feira durante o debate em plenário: “É um diploma bastante significativo porque acompanha esta nova fase que o Governo dos Açores soube, e bem, impulsionar através de projetos concretos que para alguns pareciam ser uma miragem há pouco tempo”.
“Hoje começa-se a perceber que há aqui um fio condutor, de Santa Maria até às Flores, que qualifica a Região, nacional e internacionalmente, colocando a Região no mapa da ciência e tecnologia no meio do Atlântico, constituindo uma referência a nível europeu”, acrescentou o deputado do Grupo Parlamentar do PS/Açores.
José Contente realçou, também, que com a proposta aprovada “consubstanciamos e materializamos a ideia dos Açores geoestratégicos (até agora, isso era uma ideia um pouco vaga) com base em todos os projetos de ciência e tecnologia, que já existem”.
A título de exemplo, referiu os projetos que existem no cluster espacial e tecnológico “em Santa Maria”, no Nonagon, no Terinov, na Graciosa e nas Flores, “ todos eles fazem parte de uma rede de network inteligente e pensante para que a Região possa reformar o pensamento, mas reforme também a qualificação dos recursos humanos – e isto é a aposta certa e a aposta correta concretizada pelo governo”.
O parlamentar lamentou a inconsistência das posições do PSD e reafirmou: "Há aqui uma fase nova que é preciso realçar, porque é muito importante para a Região Autónoma dos Açores (…) nós vamos avançando para a qualificação cada vez maior da Região, dando possibilidade de haver cada vez mais pessoas qualificadas, apoiando doutorados e pós-doutorados”.
A proposta do executivo permite, por exemplo, aos investigadores e aos centros de ciência acederem ao “financiamento de novos projetos de investigação cientifica”, mas também “a participação do Fundo Regional da Ciência e Tecnologia, com entidades internacionais para os quais o Fundo está vocacionado por ser parceiro privilegiado”. Aliás, como foi referido durante o debate, o Fundo Regional de Ciência e Tecnologia dos Açores já participa em 30 projetos europeus e lidera cinco desses consórcios.
José Contente recordou que alguns destes projetos até foram alvo de críticas despropositadas do PSD no passado, como foi o caso do Air Centre “que afinal já desceu à terra e é uma realidade, no Terinov, com investigadores e com novos concursos para investigadores, que dão corpo a esse importante polo de desenvolvimento dos Açores”.