“Dizer que houve um desinteresse estratégico por parte da instalação do Gás Natural Liquefeito (GNL) na ilha Terceira, no meu conhecimento, é falso. E dizer que houve uma transferência de verbas do GNL para a ferrovia, também, a meu conhecimento, é falso”, afirmou esta quinta-feira o Ministro do Mar em resposta à deputada do PS/Açores à Assembleia da República.
Para Lara Martinho, que participava na audição ao Ministro, no âmbito da discussão na especialidade da proposta do Orçamento do Estado para 2020, “como se vê pela resposta do Ministro do Mar, as notícias que dão conta do abandono do GNL da ilha Terceira, não têm fundamento”.
A deputada socialista lembrou na ocasião a localização geoestratégica dos Açores como um ponto importante para o desenvolvimento de estratégias ligadas ao Atlântico, “posição esta que esteve na base da participação da Região Autónoma dos Açores em projetos internacionais ligados ao GNL, bem como na base do relatório do Parlamento Europeu que apontava os Açores como uma importante estação de combustível para as rotas transatlânticas de GNL”.
De acordo com a parlamentar, foi ainda esta mesma posição que esteve “na base das declarações da então Ministra do Mar que afirmou que um dos pontos fulcrais para a estratégia de abastecimento internacional de Gás Natural Liquefeito englobava os portos dos Açores, Sines, Lisboa e Leixões, sem esquecer, que as próprias Grandes Opções do Plano de 2019 identificavam o Porto da Praia da Vitória como parte integrante da rede de Portos, onde seria assegurado o abastecimento de navios a GNL”.
A socialista questionou ainda o Ministro do Mar sobre os serviços da DGRM nos Açores, no sentido de se perceber o atual ponto de situação dos serviços prestados, bem como relativamente à contratação de novos recursos para reforço dos serviços na Região.
A esse respeito, Ricardo Serrão Santos sublinhou que “todas as inspeções de navios na Região estão feitas, tem ido todas as semanas um inspetor aos Açores”, assegurando, desta forma, que o serviço está em dia e que foram ultrapassadas as dificuldades já sentidas sobre o assunto. Do momento, na DGRM, tem um concurso à espera de autorização do Tribunal de Contas para cinco novos inspetores.