Este é “certamente o momento mais importante que esta geração de Açorianas e Açorianos já experienciou, com impactos diretos no seu modo de vida e na sua sobrevivência económica”. Foi assim que Francisco César iniciou a sua intervenção na Comissão Permanente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, em audição do Presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, esta terça-feira, por videoconferência. Uma audição proposta pelo Grupo Parlamentar do Partido Socialista.
Assim, o Presidente do Grupo Parlamentar do PS Açores apelou a um momento de união “na proteção do Serviço Regional de Saúde e na tomada de medidas”, porque nunca a sociedade “necessitou tanto de respostas adequadas” da parte dos seus representantes eleitos, Governo e Administrações públicas.
No entanto, apesar de este ser um momento de união, Francisco César considera que tal não significa o “fim da pluralidade de opiniões, uma diminuição do escrutínio à atividade governativa ou uma redução do papel do parlamento no atual contexto institucional”. Pelo contrário, o líder da bancada socialista acredita que esta situação de emergência expressa um trabalho pelo reforço da transparência, bem como o assumir das responsabilidades de cada um perante os Açorianos, sendo que o objetivo esse deve ser comum: o combate à doença e às suas consequências diretas e indiretas.
Tendo em conta as previsões de uma queda de 15 a 20% da riqueza produzida em apenas três meses, Francisco César enalteceu a ação imediata do Estado e do Governo dos Açores “com dezenas e dezenas de medidas em todos os setores de atividade económica no sentido de assegurar a manutenção dos níveis de emprego, de garantir tesouraria às empresas, de provir um nível de rendimento digno que assegure o funcionamento do mercado interno, de um acesso geral a moratórias de crédito, de acesso a financiamento bancário a baixo custo e a um deferimento de rendas a particulares e empresários”.
“Tudo isto”, continuou o parlamentar, “não é só destinado aos trabalhadores por conta de outrem, mas é também para as grandes, médias, pequenas e microempresas – com ou sem trabalhadores -, empresários em nome individual, recibos verdes, bem como aqueles que, em virtude da crise que atravessamos, sofreram o infortúnio do desemprego”.
Numa audição que se alongou até ao início da tarde e na qual o Partido Socialista se apresentou com um maior número de questões, o Presidente Grupo Parlamentar do Partido Socialista dos Açores considerou que todos os agentes políticos têm de estar à altura daquilo que os Açorianos esperam deles: “confiança!”. “Não no Partido Socialista em particular, este julgamento ficará para outro tempo e para outro lugar. Mas sim, uma confiança - tão excecional quanto o tempo em que vivemos - nas nossas instituições, nos hospitais, nos profissionais de saúde, nas forças de segurança, nas autoridades de saúde, no Parlamento, no Governo dos Açores e no seu Presidente, enfim…os nossos concidadãos para confiarem em nós, necessitam que primeiro, todos nós, confiemos uns nos outros”, disse.
E concluiu: “Este é um momento que os Açorianos e Açorianas exigem a todas as forças políticas o seu melhor. Exigem solidariedade, escrutínio, proatividade, confiança, mas sobretudo muita responsabilidade”.