“Estamos afastados fisicamente, mas estamos a dar cumprimento a um imperativo de união política na defesa daqueles que servimos, do nosso País, da nossa Região e do próprio projeto europeu”, afirmou o Presidente do Partido Socialista dos Açores.
Vasco Cordeiro, que intervinha na sessão de encerramento das primeiras jornadas realizadas por videoconferência entre o Grupo Parlamentar do PS na Assembleia Legislativa dos Açores e os deputados socialistas portugueses no Parlamento Europeu, subordinadas à temática da resposta da União Europeia à pandemia Covid-19 e os seus impactos nos Açores, sublinhou, como primeira ideia, o desafio gigantesco que a pandemia constitui não só para os povos da Europa, como também ao próprio projeto europeu e à própria União Europeia.
“Este é o momento em que a União Europeia pode, deve, revelar o melhor de si própria, através de uma ação cujos efeitos diretos e imediatos são percetíveis na forma como todos podemos ultrapassar esta fase, mas também com efeitos mediatos na credibilidade da União Europeia e até na própria perceção da sua utilidade para o comum dos cidadãos europeus e para o mundo”, afirmou.
Para o líder dos socialistas açorianos não se trata apenas de a União Europeia agir, mas de liderar a ação que se torna necessária desenvolver a este propósito: “a UE não pode parecer, ou ser, titubeante, não pode favorecer, por ação ou por omissão, a perceção pública de que não está atenta, que não está presente, que não age rápido, que se perde nas burocracias, nos procedimentos, enquanto há gente que morre”.
Referindo, num segundo momento, a importância da Política de Coesão, Vasco Cordeiro realçou os ataques a que esta tem sido sujeita, quer no âmbito da discussão do próximo Quadro Financeiro Plurianual, quer quanto à perceção que alguns serviços da Comissão tinham quanto à sua utilidade, à sua abrangência e aos seus efeitos.
“É importante reafirmar, diria eu, até, ou sobretudo, aos cristãos-novos da Política de Coesão, aquilo que ela significa: Ela não pode, na atual circunstância, ser apenas uma barriga de aluguer orçamental para acolher a resposta e o enquadramento à situação de pandemia do Covid-19”, afirmou o Presidente do PS/A, acrescentando que a Política de Coesão, na sua vertente económica, territorial, mas sobretudo na sua vertente de coesão social, “tem que enformar a resposta que se dá a esta situação de pandemia e a todos os efeitos que dela decorrem”.
Por último, Vasco Cordeiro partilhou a ideia de que se a Europa quiser liderar este processo, deve começar a pensar no que se segue, nas mais variadas vertentes.
“A União Europeia tem, na minha opinião, todas as condições para enquanto organização através das suas instituições, mas também convocando outros, convocando os países, os Estados-Membros, as regiões e as autoridades locais, convocando a sociedade civil, começar já hoje a pensar no futuro, num futuro que não será igual à situação que tínhamos antes do surgimento da pandemia”, afirmou.
No encerramento destas Jornadas, o Presidente do PS/Açores sublinhou ter sido dado “um sinal politicamente muito forte da união dos socialistas na defesa dos interesses dos Açores, na defesa dos interesses de Portugal e na defesa da própria União Europeia”.