“A plena recuperação social e económica da Região será morosa e difícil, sabemo-lo bem, mas esta não é a primeira grande calamidade pela qual passamos e, infelizmente, não será a última”, afirmou Francisco César. O Presidente do Grupo Parlamentar do PS/Açores apelou, por isso, ao empenho de todos: “É necessário seguir em frente, prosseguir uma política de ação, construir consensos e fortalecer a união com todos os partidos disponíveis para tal”.
Francisco César defendeu que “não há desconfinamento seguro, se este for feito de uma forma descoordenada, com todos a contestar as regras que não sejam do seu agrado” e exigiu que a “avaliação” do que foi feito em termos de combate à pandemia Covid-19, seja “séria, idónea e construtiva”, tendo em conta “as informações disponíveis nos momentos das decisões”, já que estamos perante “uma doença desconhecida e de efeitos -a todos os níveis – incógnitos”.
Na declaração política proferida na sessão plenária, o líder da bancada socialista garantiu que o PS/Açores mantém a “convicção firme” em relação ao que falta fazer. “Restabelecer progressivamente a atividade económica e o normal funcionamento da nossa sociedade de acordo com a realidade de cada ilha, capacitar o Serviço Regional de Saúde para repor o tempo perdido e simultaneamente prepararmo-nos para uma segunda vaga de infeções e implementar uma verdadeira estratégia de retoma económica devidamente enquadrada nos planos de recuperação do país e da União Europeia”.
Reconhecendo que “embora numa ou noutra área, nem tudo o que tivesse alcançado os resultados pretendidos”, e lamentando “os óbitos ocorridos”, Francisco César elogiou o trabalho desenvolvido por quem nunca virou a cara à luta e lembrou que foi “fundamental ter coragem” para “agir com o objetivo de impedir o alastrar da infeção”.
No entanto, também lamentou “o incómodo de muitos - que sabemos não estarem apenas lá fora”, face às medidas urgentes que o Governo dos Açores teve de implementar: “proceder ao fecho do espaço aéreo interilhas, retirar a Azores Airlines das ligações ao exterior, instalar cercas sanitárias em vários concelhos e proceder à implementação de quarentenas preventivas em hotel (…) ao mesmo tempo que a autoridade de saúde, instituiu testes de rastreio de vírus de uma forma muito superior à média nacional e da Região Autónoma da Madeira”.
Infelizmente, e apesar da Região ter ido “até ao limite dos seus recursos e ao limite das suas competências, nomeadamente, ao nível da restrição de liberdades, nomeadamente, ao nível do confinamento obrigatório à chegada, para desincentivar a vinda de mais cidadãos potencialmente infetados para os Açores”, ocorreram “movimentações, com apenas um rosto visível e que providenciaram junto da justiça o fim destas medidas”.
Francisco César recordou que “os Açorianos já passaram por diversas adversidades ao longo da sua história — sismos, erupções vulcânicas, tempestades, guerras, pragas e doenças” e que, de todas elas, saíram “mais fortes, porque os açorianos sempre souberam aprender com o passado e reinventar o futuro”. Citando o Presidente Vasco Cordeiro, insistiu: “Iremos até ao derradeiro limite daquilo que nos é permitido, nós não desertamos deste combate, nós não desistimos, nós não baixamos os braços”.