O Presidente do Governo afirmou hoje ser tempo de “arregaçar as mangas” para, uma vez mais, colocar de pé a Região abalada pela crise da pandemia de COVID-19, considerando que a Agenda para o Relançamento Económico e Social dos Açores pretende ser “o mapa nesse caminho de construção” de uns Açores renovados.
“Não nos amedronta, nem nos esmorece a dimensão da tarefa que temos à nossa frente. Entusiasma-nos e estimula-nos a oportunidade reforçada que a mesma em si contém. Oportunidade para corrigir, para melhorar, para mudar aquilo que, desde logo, esta pandemia veio demonstrar que se impõe corrigir, melhorar e mudar”, afirmou Vasco Cordeiro.
Na sessão evocativa do Dia da Região Autónoma dos Açores, que decorreu a partir da Horta, de Ponta Delgada e de Angra do Heroísmo, o Presidente do Governo adiantou que esse processo de reconstrução já está em curso, em conjunto com parceiros sociais e partidos políticos, através da Agenda para o Relançamento Económico e Social dos Açores, que se encontra em fase de conclusão, mas que não esgota a tarefa do que é necessário fazer.
“Oportunidade para repensar a forma como, em áreas tão diversas, como a Saúde, a Energia, os Transportes ou a Educação, estamos organizados, estamos a trabalhar ou que objetivos temos.
Oportunidade para repensar o nosso Turismo, a nossa Economia, e em especial os instrumentos a que recorremos e as ambições que temos nesses domínios. Oportunidade para repensar tantas e tantas áreas da nossa vivência coletiva que também esta pandemia veio demonstrar serem demasiado frágeis, demasiado dependentes ou demasiado fechadas”, preconizou Vasco Cordeiro.
Para esse trabalho de repensar, “quase de alto a baixo”, a forma como os Açores se posicionam face aos seus objetivos na Economia, na Sociedade ou no Ambiente, o Presidente do Governo chamou a Juventude Açoriana a “participar, a questionar, a propor, mas, sobretudo, a também zelar para que no Futuro que é, cada vez mais, o seu Presente, os Açores estão cada vez mais conscientes, cada vez mais e melhor preparados, cada vez mais e melhor apetrechados para vencer esses desafios”.
“O tempo é de arregaçar as mangas e, mais uma vez, por de pé uma Região que foi profundamente abalada por uma crise global, cujas repercussões ainda estão por contabilizar em toda a sua extensão”, exortou Vasco Cordeiro, para quem a pandemia de COVID-19 assemelhou-se a um “terramoto que, sem aviso prévio, abalou os alicerces de um percurso” que a Região vinha trilhando progresso e desenvolvimento económico e social em todas as ilhas.
“Em pouco mais de três meses, muito do esforço de recuperação da Região, após a crise externa sem precedentes que nos atingiu nos últimos anos, foi colocado em causa”, disse.
Vasco Cordeiro recordou que, há pouco mais de três meses, a Região estava a preparar mais uma época alta do turismo, motivada pelo melhor ano de sempre registado em 2019, depois de batido o recorde de mais de três milhões de dormidas e mais de 100 milhões de euros gerados, para referir apenas a hotelaria tradicional.
“Iniciamos este ano também com uma grande confiança do setor empresarial privado, bastando referir que, em 2019, tinham sido criadas mais de 500 novas empresas na Região, enquanto que, ao nível do sistema de incentivos ao investimento privado, já tinham sido apresentadas mais de 1.300 candidaturas, para um investimento de mais de 635 milhões de euros, com uma previsão de criação de mais de 3.200 postos de trabalho”, disse.
“Por outro lado, 2019 registou, não só o menor número de desempregados, como o maior número de empregados e o maior valor da população ativa desde que há registos”, lembrou o Presidente do Governo, ao sublinhar que, nas Pescas, o valor do pescado descarregado chegou quase aos 34 milhões de euros, tendo o preço médio em lota ultrapassado a barreira dos quatro euros por quilo, o que significa uma valorização significativa do fruto do trabalho dos pescadores.
“A confiança no setor agrícola, apesar dos desafios que enfrenta da valorização justa de uma matéria-prima de qualidade, como o leite, tinha sido reforçada, bastando referir que, no atual quadro comunitário, tinham sido já aprovadas quase 850 candidaturas para a modernização de explorações, num investimento total de mais de 86 milhões de euros, ou que, neste mesmo período, instalaram-se no setor cerca de 240 jovens agricultores”, referiu.
“Estes são alguns exemplos, entre outros, do caminho consistente que vínhamos percorrendo, no âmbito de uma normalidade económica e social que foi, subitamente, suspensa e posta em causa”, considerou Vasco Cordeiro, para quem a “hora não é de desânimos, de desalentos, ou de hesitações”, mas sim de cooperação e união de esforços entre as entidades públicas e privadas da Região.
GaCS/PC