“Os Açores ao longo destes últimos anos têm feito uma forte aposta no setor do turismo, e em particular neste último ano, em relação ao mercado emissor de turistas do Reino Unido”, afirmou a deputada do Partido Socialista dos Açores à Assembleia da República, ressalvando serem três as ligações aéreas que se praticam atualmente, entre o Reino Unido e os Açores, duas para São Miguel e uma para a Terceira, esta última com início apenas há duas semanas.
Lara Martinho, que intervinha na audição ao Ministro dos Negócios Estrangeiros, destacou igualmente a aposta da Região em termos de promoção, com o lançamento de um concurso público, no valor de um milhão e 200 mil euros num mercado que em 2019 representou cerca de 96 mil dormidas, um crescimento de 15,7% face a 2018.
“Se a expectativa era grande em relação a este ano, não só porque os Açores foram reconhecidos como um dos destinos mais seguros na Europa em 2020, mas também por sermos acessíveis através de voos diretos do Reino Unido e termos controlos efetivos de entrada relacionados com a COVID-19, a realidade é que os voos têm estado praticamente vazios”, afirmou a deputada.
Para a vice-presidente do GPPS, há neste momento uma incongruência em relação aos comunicados emitidos por parte do Reino Unido, depois de, num primeiro momento, “os Açores terem sido identificados, pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros Britânico, como “um destino seguro de viagem”, e, logo de seguida, surgir a divulgação de uma lista, por parte do Ministério do Interior Britânico, que incluía os Açores nos territórios cujos passageiros estão obrigados a quarentena após chegada ao Reino Unido. De acordo com a parlamentar, “se num primeiro momento nos sentimos aliviados, logo de seguida fomos abalroados por esta medida injusta e incoerente”.
Nesse sentido, e atendendo a que o Ministro dos Negócios Estrangeiros Britânico se comprometeu com o reexame desta medida para as regiões dos Açores e da Madeira, Lara Martinho questionou Augusto Santos Silva se essa revisão poderá ocorrer ainda antes de 27 de julho, data limite definida pelo Reino Unido para revisão da lista apresentada, apelando ainda ao Ministro dos Negócios Estrangeiros para que mantenha a exigência de se retirar os Açores da referida lista.
Para o Ministro dos Negócios Estrangeiros isso poderá mesmo ocorrer antes dessa data, considerando ainda esperar “que o processo de revisão possa ser mais rápido e menos sinuoso do que foi o processo da primeira decisão”, acrescentando também não haver nenhuma razão “que possa explicar que destinos que são considerados seguros continuem a ser sujeitos a um regime de quarentena quando há ligações aéreas diretas e quando não há contiguidade territorial entre esses destinos, que são ilhas, e a parte continental de Portugal”.