A Secretária Regional da Energia, Ambiente e Turismo adiantou, esta tarde, que o Governo dos Açores reforça a aposta na qualidade da água das lagoas, desenvolvendo um projeto inovador que consiste na instalação de uma unidade móvel de filtração de nutrientes presentes nas massas de água.
Marta Guerreiro explicou que este projeto resultou das conclusões da conceção de um protótipo desenvolvido pelo Instituto Superior Técnico.
“Considerando os resultados dos ensaios efetuados na instalação piloto, optou-se por desenvolver a engenharia de detalhe e adquirir uma unidade móvel de tratamento da água utilizando o processo integrado de membranas, combinando uma unidade de filtro de areia, com uma unidade de ultrafiltração de fibras ocas e uma unidade de ultrafiltração de cerâmica tubular, uma vez que os valores obtidos para o teor em fósforo e turbidez foram mais baixos do que os obtidos pelo sistema alternativo, de leito misto”, explicou.
A unidade será concebida para tratar até 300 metros cúbicos de água por hora - o que permitirá filtrar em cinco anos uma quantidade de água total equivalente à capacidade da lagoa das Furnas.
Segundo a governante “com este projeto, promovemos a remoção dos nutrientes presentes na água da lagoa e de outros resíduos sólidos, podendo o produto da filtração ser utilizado para incorporação na produção de fertilizantes (composto)”.
“Trata-se de um projeto inovador e ambientalmente sustentável, representando um investimento de cerca de 1,5 M€, e que, pela sua natureza móvel (desenhada em módulos incorporados em contentores marítimos de 40 pés), tem a vantagem de poder ser utilizado em qualquer outra lagoa eutrofizada, em São Miguel, ou mesmo noutras ilhas”, acrescentou.
Marta Guerreiro falava, nas Furnas, no âmbito da assinatura de um Protocolo de Colaboração Técnica e Financeira com o Fundo Ambiental, no valor de 800 mil euros para dois anos, relativo ao tratamento da água das lagoas nos Açores, que contou com a presenta do Ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes.
Na ocasião, a titular da pasta do Ambiente fez um contexto do trabalho desenvolvido pelo Executivo Açoriano nesta matéria, sublinhando que este projeto “é apenas mais um passo de um percurso longo, onde temos consciência de que ainda há muito para fazer, mas sem desvalorizar tudo o que já foi feito e sem deixar de reconhecer que, relativamente à Lagoa das Furnas, apesar desta continuar eutrofizada, está numa situação bastante mais favorável do que aquela em que se encontrava há uma década atrás”.
“Nunca é demais sublinhar o trabalho, permanente e persistente, realizado por muitos e competentes colaboradores da administração regional e pelos centros de investigação - que tem permitido preservar as nossas lagoas, enquanto repositórios de água e ex-libris dos Açores, em alguns casos resgatando-as de uma profunda eutrofização (como foi o caso das Sete Cidades e, em certa medida, também aqui nas Furnas), para nos entusiasmar a continuar a fazer mais, tal como hoje estamos a fazer, para que no final se cumpra o grande objetivo de devolver as nossas lagoas à fruição de todos nós”, frisou.
(GaCS)