“Houve quem duvidasse da sobrevivência da SATA no mercado liberalizado, houve quem duvidasse que fosse possível renovar a frota e houve quem duvidasse ser possível a SATA adaptar-se a estes novos tempos de dificuldades, mas a SATA está aí, a SATA está aí para cumprir a sua missão maior, servir os Açorianos”, garantiu José Ávila, esta quarta-feira durante o debate em Plenário, lamentando os constantes ataques que alguns partidos da oposição teimam em fazer.
O vice-presidente da bancada socialista recordou que a SATA é dos temas mais escrutinados pelo Parlamento: “A SATA já foi objeto de debate nesta casa desde 2009, pelo menos 30 vezes, desde 2014, foram 15 vezes. Já foi sujeita a duas comissões de inquérito e sujeita também a episódios de fuga e divulgação de dados confidenciais”. No entanto, condenou que alguma oposição apenas pretenda usar a companhia como arma de arremesso político.
“Ao revisitar essas sessões plenárias é notória a falta de coerência de alguma oposição: ou há governo a mais na gestão da SATA ou, pelo contrário, o Governo não faz o que deve. Ou há interferências na gestão, ou falta coragem para – imagine-se – interferir na gestão daquela empresa publica regional”
José Ávila reconheceu que “a situação da SATA é complexa” e que “nos últimos anos nem tudo correu bem nas empresas do Grupo SATA”, mas exigiu que se faça uma avaliação rigorosa sobre os factores externos que afetaram o setor da aviação comercial, como por exemplo, “as oscilações do preço do petróleo, o impacto das greves, a crise das dividas soberanas e ,até mais recentemente, da pandemia - Há uma clara omissão destes factores cruciais que podem fazer, e fazem toda a diferença nas contas de qualquer companhia de aviação”.
O deputado do PS/Açores lembrou, também, que “a TAP e outras companhias aéreas da Europa também sofreram grandes perdas nos últimos tempos” e que, mesmo antes da Covid-19, houve grandes falências no setor da aviação: “Lá está, não devemos reduzir a crise da aviação comercial apenas à SATA omitindo o que se passa nas outras companhias, nomeadamente na TAP, mesmo antes da pandemia”
Para José Ávila, “apesar de tudo, apesar das dificuldades da operação aérea numa Região dispersa a SATA é o garante maior da Coesão dos Açores. É e vai continuar a ser, porque é a SATA que continua a garantir a mobilidade de todos os Açorianos”.