Isabel Almeida Rodrigues manifestou, em sede de audição ao Ministro das Infraestruturas e Habitação, as suas preocupações quanto ao processo de substituição do atual sistema de comunicações que liga o continente aos Açores e à Madeira.
A deputada do PS/Açores à Assembleia da República, que intervinha no âmbito da apreciação na especialidade do Orçamento de Estado para 2021, recordou, a propósito da publicação do Despacho, de 30 de setembro, que os Secretários de Estado Adjunto das Comunicações e das Infraestruturas determinaram o início do processo da sua substituição.
Porém, e mencionando a intenção de retirada antecipada apresentada pelo consórcio internacional Columbus III, a parlamentar socialista sublinhou que as consequências desta circunstância não podem ser minimizadas, “se tivermos em atenção que os Açores estão no meio do Atlântico Norte, sujeitos a inúmeros caprichos da natureza e, infelizmente, sabemos bem os danos e a dimensão que podem atingir”.
Isabel Almeida Rodrigues, que referiu a essencialidade deste sistema em todas as dimensões da vida social e económica da Região Autónoma dos Açores, manifestou ainda a sua preocupação com o impacto que a pandemia da COVID-19 pode vir a causar na produção dos meios que suportarão a implementação deste sistema, lembrando igualmente os três a quatro anos estimados para que esta infraestrutura entre em funcionamento.
Nesse sentido, e atendendo a todos estes fatores, a deputada socialista questionou o Ministro quanto à existência de um cronograma que permita antecipar os desenvolvimentos que irão ocorrer em 2021, bem como, e atendendo ao modelo que está desenhado no Despacho, sobre quais são “os mecanismos de acompanhamento, controlo e monitorização que o Governo vai implementar para garantir que temos os cabos quando deles precisarmos”.
Já em resposta, o Secretário de Estado Adjunto e das Comunicações confirmou já existir um cronograma, referindo ainda que apesar de o limite de vida dos cabos submarinos não terminar antes de 2024/2025, se espera que, “pelo menos até 2023, ou antes que os cabos terminem o seu período de vida, que os novos cabos já estejam em funcionamento”.
“De todo o modo, mesmo que haja algum atraso, os cabos em funcionamento, o seu período de vida, pode ser prolongado. Não há nenhum risco, simplesmente a sua manutenção será um pouco mais cara, nunca haverá risco de perda de conectividade”, afirmou Hugo Mendes.