O PS de São Miguel considera urgente que sejam implementadas medidas que reforcem o processo de vacinação na maior ilha açoriana.
Os números são indesmentíveis e a realidade é muito preocupante. O Secretariado de Ilha do PS de São Miguel relembra que esta ilha tem a mais baixa taxa de cobertura de vacinação dos Açores, uma situação completamente incompatível com o facto de até ao dia 18 de Abril, a maior ilha açoriana contar com mais de 97% dos casos ativos de Covid-19 nos Açores. Ao todo, a nossa ilha apenas tem pouco mais de 6% da população vacinada, a taxa mais baixa de todo o arquipélago.
O PS de São Miguel chama, ainda, a atenção que faltam mais de 87 mil micaelenses serem vacinados em ordem a poder ser alcançada 70% da população, com vista a atingir o que a comunidade científica considera ser necessário para a desejada imunidade de grupo.
Não se compreende, por isso, a ausência da principal medida de combate à pandemia que se traduz no aumento da vacinação em São Miguel, uma vez que é para todos evidente que a batalha contra a Covid-19 na Região trava-se, presentemente, na maior ilha açoriana.
A abordagem à crise sanitária em S. Miguel não pode continuar a assentar em medidas avulsas. Não podemos continuar a correr atrás do problema.
“A ilha de São Miguel constitui um desafio acrescido em matéria de combate à pandemia, e isto tem de ser assumido pelo Governo Regional, até porque o quadro de saúde pública que predominar em São Miguel vai repercutir-se nos mais variados setores de atividade por toda a Região”, alertou a este propósito Luís Furtado, membro do Secretariado de Ilha do PS de São Miguel.
O PS de São Miguel não se compadece com o anúncio de que o Governo Regional considera, pelos vistos, suficiente escrever cartas a pedir autorização para adquirir mais vacinas no estrangeiro, não se importando o Executivo se estas vacinas são “russas, chinesas, ou outras, numa clara e irresponsável desarticulação entre a tutela da saúde e a vice-presidência do governo.
“Os micaelenses não precisam que o Governo anuncie operações de cosmética nem que lhes atire areia para os olhos. Precisam, isso sim, que se aumente a taxa de vacinação na ilha mais afetada pela pandemia”, reitera Luís Furtado.
Do ponto de vista social, e à parte das consequências económicas que daí advém, a cada dia que passa sem que se controle o quadro sanitário em São Miguel, intensificam-se as dificuldades vividas pelas pessoas, pelas famílias e pelas empresas, com escolas, e as mais variadas estruturas de suporte e apoio encerradas, circunstância que impõe alterações profundas a uma vivência diária que, por si só – e mesmo que a proliferação da Covid-19 estivesse controlada – já seria desafiante o suficiente.
Por fim, e não menos importante, o PS de São Miguel considera fundamental salvaguardar a preservação da capacidade de resposta do Hospital do Divino Espírito Santo, o maior e mais diferenciado da Região, que se encontra sob pressão, e que nesta condição permanecerá até que o quadro sanitário seja aliviado.
O PS de São Miguel considera extremamente preocupante a situação vivida no maior hospital da Região, o qual continua a aguardar o prometido reforço de médicos e de enfermeiros prometido pelo atual Governo, essencial para fazer face às necessidades provocadas pela exaustão sentida pelos poucos recursos existentes neste hospital para fazer face a um combate prolongado à pandemia.
Na realidade, enquanto a situação pandémica não for controlada em São Miguel, fica também condicionado qualquer plano de retoma efetivo da atividade assistencial (que já se percebeu não existir), mas que se torna fundamental para responder de forma afirmativa às necessidades em Saúde da nossa população.
Prosseguir com uma intervenção inconsistente no combate à Covid-19 nesta ilha significa também comprometer a Região como um todo, com tudo o que isto implica para a Saúde pública em primeiro lugar, mas também para recuperação social e económica da nossa Região.