Os membros do Conselho de Ilha do Faial afetos ao Partido Socialista recusaram que a realização de um estudo sobre um modelo alternativo para os transportes marítimos de mercadorias entre os Açores e o Continente aponte à criação de plataformas logísticas nas ilhas Terceira e/ou de São Miguel.
A posição dos conselheiros foi manifestada na reunião do Conselho de Ilha do Faial que se realizou na passada sexta-feira na qual aquele órgão foi chamado a dar um parecer sobre uma proposta do CDS/PP entregue na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores que recomenda ao Governo Regional a realização de estudo sobre modelos alternativos para o transporte marítimo de mercadorias entre os Açores e o Continente e a sua ligação à movimentação de carga interilhas.
“Sabemos que a proposta apresentada pelo CDS-PP é para que apenas se realize um estudo nesta fase, mas não podemos ignorar que este partido integra o Governo Regional cujo Presidente, José Manuel Bolieiro, assumiu, em setembro passado, um compromisso político de criar uma plataforma logística na ilha Terceira, inviabilizando, desta forma, que a ilha do Faial continue a receber carga do continente sem que a mesma seja descarregada primeiramente noutros Portos dos Açores”, alertam os socialistas.
O PS/Faial reconhece a necessidade de realizarem ajustamentos ao modelo atual que visem a melhoria do serviço prestado às populações e aos empresários, mas rejeita totalmente a centralização da receção da carga vinda do continente apenas em uma ou duas ilhas dos Açores para posterior distribuição pelas restantes.
“Não sejamos ingénuos, temos que ter em conta o histórico que esta proposta acarreta e o posicionamento do PSD e do CDS sobre esta matéria, sabemos que existe uma enorme pressão noutras paragens para que se avance com as plataformas logísticas na Terceira e em São Miguel e esta proposta não surge por acaso nem é inocente”, sublinham, por isso defendem que a posição do Conselho de ilha do Faial, e de outros, relativa a este assunto “terá de ser clara e inequívoca para que não corramos o risco de regredir muito em matéria de transporte marítimo de mercadorias”.