Vasco Cordeiro apresentou, no âmbito de uma Declaração Política proferida em Plenário, um conjunto de medidas concretas, no setor da saúde e para a recuperação da economia, contribuindo para que “como Povo e como Região”, os Açores possam “continuar a trilhar um caminho que nos liberte, o mais possível, do flagelo sanitário da pandemia de Covid-19, mas sobretudo que nos liberte também dos flagelos económicos e sociais que ela traz”.
O Presidente do Grupo Parlamentar do PS/Açores considerou, ao nível do rastreio e monitorização dos casos positivos ativos, que “é tempo de retomar um rastreio ao nível das cadeias de transmissão e de inquéritos epidemiológicos”, assegurando, desta forma, “a definição de medidas muito mais focadas, cirúrgicas, dirigidas especialmente às situações em que existem cadeias de transmissão”. Recordou que desde o final do ano passado, o atual governo decidiu assumir a transmissão comunitária, deixando de identificar as cadeias de contágio e as cadeias de transmissão ativas”
Vasco Cordeiro apresentou propostas concretas ao nível do processo de vacinação nos Açores, considerando que “deve ser avaliada a possibilidade de as farmácias dos Açores poderem administrar vacinas”, o que garantirá “um aumento exponencial da capacidade de vacinação”. Relativamente à situação da Vila de Rabo de Peixe, e tendo em conta a resistência que tem sido noticiada em relação à vacinação, defendeu o “reforço de campanhas de informação e sensibilização” e a “definição de um plano territorialmente delimitado à Vila de Rabo de Peixe para um processo de vacinação em massa”.
Ainda no setor da saúde, em concreto sobre a retoma assistencial, o líder dos socialistas, defendeu que que deve ser dada “prioridade clara às doenças do foro oncológico, às doenças do foro mental, para além de todas as outras em que o tempo, é definitivo”.
Vasco Cordeiro, que intervinha esta terça-feira em Plenário, adiantou ainda algumas propostas para a retoma económica da Região, em específico para o setor do turismo: “A definição de procedimentos, de calendários, de alertas, parecem-nos essenciais, nesta fase, para que a Região se possa - num momento em que cada vez mais a evolução a nível nacional e internacional, liberta outros mercados concorrentes com os Açores -, se posicionar neste setor e nesta retoma essencial”.
O emprego foi uma das preocupações manifestadas pelo Presidente do GPPS/Açores que, face aos últimos dados – “mais 4 mil açorianos que não têm emprego, só no primeiro trimestre deste ano – reitera a importância de se concretizarem medidas de proteção. “Para o PS é muito mais difícil a possibilidade de recuperar de uma situação de desemprego, do que se criarem as medidas que possam, mesmo com o apoio das entidades publicas, criar as medidas que possam suster a destruição de emprego que tem ocorrido”.
Vasco Cordeiro também alertou para a necessidade de se “começar a preparar na Região o dia a seguir ao fim das moratórias”, lembrando que este é um processo, por definição temporário, que poderá levar muitas famílias e empresas dos Açores a uma situação particularmente angustiante”.
Na declaração política o Presidente do GPPS/Açores também identificou alguns motivos que tornam “critica” a situação que se vive nos Açores, nomeadamente, por causa do “surgimento de novas estirpes, que constituem ameaças e fatores a requererem uma atenção particular e especial na sua prevenção, na monitorização e no controlo da sua disseminação” e pelo “cansaço e exaustão, compreensíveis, da sociedade açoriana em geral e de todos aqueles que tiveram e têm que lidar com esta situação”.
Para Vasco Cordeiro a situação também merece especial atenção pelos “impactos económicos e sociais que se agravam, apesar de todas as medidas que têm sido tomadas para lhes fazer face” e porque com as medidas de desconfinamento, que nem sempre dependem da Região “está a fechar-se a janela de oportunidade para um controlo efetivo e mais rigoroso desta situação”.
Numa altura em que passam 14 meses desde que foi confirmado o primeiro caso positivo nos Açores, Vasco Cordeiro sublinha que “as vidas de todos os Açorianos foram viradas do avesso” por causa da pandemia, mas destaca “a capacidade de resistência e o empenho generalizado do Povo Açoriano”.