PS/Terceira contra estratégia de redução de voos internacionais para a Aerogare Civil das Lajes

PS Açores - 1 de junho, 2021

O Secretariado do PS/Terceira, enquanto representante, ao nível de ilha, do partido mais votado pelos Açorianos e pelos Terceirenses nas últimas Eleições Regionais, vem, pelo presente meio, manifestar-se publicamente contra a estratégia do Governo de Coligação PSD/CDS/PPM de reduzir significativamente o número de ligações aéreas diretas da Ilha Terceira com o estrangeiro durante o Verão IATA 2021, juntando-se às vozes da sociedade civil terceirense que nas últimas semanas têm manifestado o seu desagrado, a sua preocupação e a sua insatisfação com a política aérea desenvolvida pelo executivo regional, que visa reduzir de forma substancial a importância da Ilha Terceira no contexto aeroportuário regional, marginalizando a Aerogare Civil das Lajes e, desta forma, contribuindo para a sua perda de relevância no contexto económico regional.

O setor do turismo é essencial para a atividade empresarial da Ilha Terceira, sendo da máxima importância que, no atual período de retoma, as acessibilidades extrarregionais não impeçam o crescimento da atividade das empresas turísticas da ilha nem limitem o seu contributo para a recuperação económica e social da Região.

Como ponto prévio, importa referir que a previsão de voos internacionais para a Ilha Terceira no Verão IATA 2020, abruptamente interrompido pela pandemia da COVID-19 que suspendeu todo o mercado da aviação, era de onze (11) ligações semanais com o estrangeiro: três (3) com Boston, duas (2) com Toronto, duas (2) com Paris, uma (1) com Oakland, uma (1) com Montreal, uma (1) com Londres e uma (1) com Amesterdão, sendo que, à época, os empresários terceirenses publicamente manifestavam a sua satisfação com aquela que era então a estratégia delineada pelo Governo Regional apoiado pelo Partido Socialista.

De igual modo, neste momento, ter uma estratégia para a retoma do turismo na ilha Terceira significaria necessariamente, primeiro, recuperar todas as ligações internacionais que foram suspensas pela pandemia, segundo, reforçar o investimento na captação de rotas, diversificando as origens, de modo a conseguir novos fluxos turísticos emergentes, à imagem do que já se verifica noutras ilhas do arquipélago e, por último, fortalecer o investimento numa promoção eficaz do destino Terceira, junto dos mercados internacionais.

Aliás, foi precisamente isto que o Partido Socialista fez enquanto foi Governo, conforme o planeado, programado e concretizado.

No entanto, o que se verifica na atuação do atual Governo de coligação é uma total ausência de estratégia para a retoma do turismo nos Açores, em geral, e na Ilha Terceira, em particular que, no meio de tanta retroca, tenta trocar as voltas aos Terceirenses com o anúncio de apenas quatro ligações semanais com o estrangeiro: uma (1) com Boston, uma (1) com Toronto, uma (1) com Oakland e uma (1) com Amesterdão, ignorando por completo que a retoma do setor do turismo na Ilha Terceira está diretamente relacionada com um aumento das ligações aéreas com o exterior.

Em comparação com a previsão para o Verão IATA 2020, tendo em conta as rotas já anunciadas e a respetiva frequência semanal, entre junho e outubro de 2021, a Ilha Terceira perde sete (7) ligações semanais com o estrangeiro, perde integralmente as ligações com Londres, Paris e Montreal e das quatro (4) rotas que efetivamente são retomadas, em duas (2), verifica-se um decréscimo significativo da frequência semanal, designadamente na ligação com Boston que reduz de três (3) para uma (1) vez por semana e na ligação com Toronto que passa de duas (2) vezes por semana para uma (1). Torna-se difícil antever uma retoma do sector do turismo na Ilha Terceira, quando se está perante um efetivo retrocesso.

Esta redução abrupta e incompreensível dos voos internacionais para a Ilha Terceira é ainda mais grave porque é acompanhada de um desvio intencional desses voos para outra ilha, de que são exemplos as ligações a Madrid e a Londres, penalizando ainda mais a economia e o desenvolvimento da Terceira.

Esta atuação só pode ter justificação, ou no preconceito expresso na ideia de que “os turistas não querem vir para a Terceira”, frase atribuída a entidades oficiais e que, até à presente data, não foi desmentida, o que é intolerável, ou na total incapacidade deste Governo para delinear uma estratégia de recuperação da atividade turística para toda a Região, o que é inadmissível.

Esta atuação do Governo Regional que negligencia o turismo e as acessibilidades à Ilha Terceira torna-se ainda mais incompreensível quando os dois principais partidos da coligação defendiam, em outubro de 2020, o aumento das ligações aéreas da Ilha Terceira com o exterior. O PSD, por exemplo, assumiu com os Terceirenses o compromisso de “atrair mais voos e promover a [Ilha Terceira] no mercado Internacional”.

Decorridos sete meses desde a formação da coligação negativa que visou, única e exclusivamente, afastar o Partido Socialista da governação verifica-se precisamente o contrário, ou seja, a Ilha Terceira tem agora menos rotas, menos ligações aéreas, mas pior, não tem uma qualquer estratégia para a retoma da atividade turística, o que pode prejudicar, de forma irremediável, a economia da ilha num ano essencial para este sector após a paragem forçada do turismo em 2020.

Em síntese, com este Governo de coligação negativa, que promete uma coisa e faz o seu contrário, no turismo e noutros sectores, a Terceira e os Terceirenses estão a ficar para trás.