“É fundamental e urgente mudar o rumo do combate à pandemia nos Açores”, alertou Tiago Lopes, defendendo como prioridades o “reforço do controlo da transmissão”, o “reforço da vacinação” e mais “clareza e coerência na Comunicação”. Em conferência de imprensa, realizada esta quinta-feira, o deputado reiterou a disponibilidade e empenho do PS/Açores para “dar o seu contributo construtivo para a melhoria da situação na Região”.
Em relação à necessidade de “reforçar o controlo da transmissão”, Tiago Lopes considera “reduzida” a eficácia das medidas que têm sido implementadas pelo Governo e que “a ênfase deveria ser colocada no reforço da capacidade de testagem”, mas “colocando os testes PCR como os de eleição”. Ainda a esse propósito, defende mais rigor e transparência sobre “a quantidade e o tipo de testes feitos diariamente” e sobre o que pensa o Governo fazer “com os 250 mil testes rápidos e os testes de saliva”, que foram adquiridos pela Região.
Os socialistas defendem ainda a necessidade de se identificarem e comunicarem as “cadeias de transmissão na ilha de São Miguel”, permitindo não só “uma imagem mais fidedigna e mais real daquela que é a situação que se vive”, mas principalmente “uma ação muito mais direcionada e focada nas situações em que é necessário intervir, e não, permitam-me a expressão, provocando sérios danos colaterais em termos de restrições!”.
Tiago Lopes também alertou para a necessidade de ser revista “a atual matriz de risco” e de ser devidamente planeado “o processo de desconfinamento”, uma vez que, “como comprovam os números diários de novos casos detetados”, as medidas “são ineficazes”. E, acrescenta, “para além disto, temos um sistema semafórico errático, que abre e encerra, que proíbe e que permite, alternando frequentemente níveis de risco numa mesma ilha de forma incompreensível, de questionável fundamento técnico, bem como determinação política”.
Outro dos contributos apresentados pelo GPPS diz respeito ao “reforço da vacinação”, sendo, contudo, necessário, conhecer “qual o número exato de vacinas atualmente disponíveis” e ter acesso “aos dados claros dos grupos já vacinados e quais os seguintes a vacinar”. O deputado do PS/Açores refere também a necessidade de se rever “a meta dos 70% com a inclusão das farmácias neste processo” e “definindo um plano de vacinação adequado, focalizado, com metas claras e inequívocas, tendo já em consideração o próximo outono/ inverno”.
Em relação à Comunicação, defende que, “é necessário e urgente pôr ordem na comunicação sobre a pandemia, evitando a multiplicação de protagonistas, as afirmações contraditórias e a ausência de coordenação da mesma com outras áreas”, alertando para o agravar de “um sentimento de insegurança, de incompreensão e de desnorte”.
Tiago Lopes referiu as diferentes que têm sido tornadas públicas, com versões contraditórias entre o Presidente do Governo, o Secretário Regional da Saúde, e Presidente da Comissão Especial de Acompanhamento da Luta Contra a Pandemia por Covid-19 e, até do representante dos empresários que, após uma reunião “reservada” com o Presidente do Governo Regional, vem afinal anunciar o reforço da vacinação”.
“É necessário e urgente pôr ordem na comunicação sobre a pandemia, evitando a multiplicação de protagonistas, as afirmações contraditórias e a ausência de coordenação da mesma com outras áreas”, alerta. E em concreto sobre as atividades económicas, sublinha a necessidade de se “reforçar a comunicação entre a componente de saúde pública e as entidades ligadas aos setores mais afetados pela pandemia, como é o caso do turismo e atividades conexas. A criação de condições de efetiva recuperação do setor turístico açoriano começa aqui e esse aspeto, aparentemente, tem sido descurado e menosprezado pelo Governo Regional”.
Tiago Lopes reitera que “o PS/ Açores está, e continuará a fazer, aquilo a que sempre se tributou e que este Governo protesta: a dar o seu contributo construtivo para a melhoria da situação na Região no que diz respeito à Pandemia, através da interpretação e da avaliação feita pelos açorianos que representa”, esperando da parte do Governo “o rigor, a transparência, a verdade e a humildade democrática” que devem nortear todas as intervenções, “com vista a conseguir a necessária congregação de esforços para enfrentar esta crise sanitária”.